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Três produtos que irão inovar o setor cripto em 2020

08 jan 2020, 14:22 - atualizado em 08 jan 2020, 14:22
tecnologia ideias inovação computador
2020 acabou de começar, mas já tem empresas pensando no longo prazo, nas inovações necessárias para criar avanços no universo cripto (Imagem: Money Times)

A segunda década do século XXI viu criptoativos se desenvolverem de poucas redes obscuras de blockchain para um sistema financeiro alternativo completamente maduro.

Qual é a próxima geração que irá desencadear o avanço de blockchain?

Conforme iniciamos a década, algumas tecnologias sendo desenvolvidas nos bastidores podem ajudar a resolver alguns dos maiores e emergentes desafios do ecossistema.

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Empresas enviam dados que depois são repartidos e mascarados por números aleatórios. Esses números são enviados a diversos serviços independentes que nunca recebem os dados da empresa. As quantidades reunidas e codificadas são comparadas. Isso garante privacidade de dados e confiança, diferente da computação tradicional em nuvem. MPC permite que empresas trabalhem juntas sem obter informações confidenciais uma das outras (Imagem: YouTube/Boston University)

1. Custódia com computação segura multiparte (MPC)

Péssimas práticas de gestão de chaves privadas têm sido um problema contínuo para a indústria cripto, resultando na perda de milhões de dólares. Isso tornou difícil a vida dos investidores de varejo e afastou os investidores institucionais.

Conforme afirma Gartner, empresa de pesquisa em tecnologia, “gestão de chaves privadas se tornou ‘o Calcanhar de Aquiles’ das aplicações de blockchain”.

Computação segura multiparte (ou MPC, na sigla em inglês) promete revolucionar a custódia de criptoativos.

Em vez de obter controle sobre as chaves privadas, soluções de custódia baseada em MPC usam algoritmos matemáticos para assinar transações e blockchain com uma operação criptografada segura.

Defensores afirmam que isso cria uma segurança rara sem a necessidade de processos complexos de retirada.

Fireblocks, Qredo, Unbound e Curv são alguns novos projetos que fornecem essa nova tecnologia. Cada uma teve uma abordagem um pouco diferente para criar a infraestrutura de segurança baseada em MPC que poderia dar às instituições a confiança necessária para entrarem nesse universo.

Dai é é uma criptomoeda descentralizada e estável que pode ser usada em cadeias de fornecimento, finanças, apostas, previsões de mercado, serviços comerciais e comprovantes de pagamento (Imagem: YouTube/MakerDAO)

2. Stablecoins privadas

Stablecoins atingiram seu auge em 2019, pois bancos, grandes empresas de tecnologia e startups de cripto tentaram oferecer versões de fiduciárias baseadas em blockchain.

Agora, estão sendo utilizadas para negociação em corretoras de cripto, realização de transferências e concessão/contração de empréstimo nos crescentes mercados de finanças descentralizadas (DeFi) e centralizadas (CeFi).

Mas toda essa atividade das stablecoins chamou a atenção dos reguladores.

Autoridades em todo o mundo estão reparando nessa nova forma de dinheiro digital e intensificando escrutínio por conta de preocupações sobre antilavagem de dinheiro, falta de reservas e vigilância nas redes.

Como consequência, emissores de stablecoins agora são forçados a agir como bancos centralizados ao bloquear endereços suspeitos de atividade criminosa e ao congelar ativos a qualquer momento.

Tether é a quarta criptomoeda em capitalização de mercado (atrás apenas do bitcoin, ether e ripple, respectivamente); sua dominância no setor das stablecoins é inquestionável (Imagem: Tether)

Empresas de vigilância de blockchain tornaram isso ainda mais fácil ao oferecerem uma visão mais ampla da atividade de registro.

CipherTrace, que trabalha com vários órgãos de aplicação da lei, afirma poder observar quase 90% de todo o volume de negociação em criptoativos, ou seja, é provável que poucas stablecoins estejam livres de curiosos.

Atualmente, existem apenas algumas stablecoins, incluindo tether na Liquid e dai, que não podem ser congeladas indiscriminadamente. Dentre essas, apenas tether oferece funcionalidade de privacidade por meio das Transações Confidenciais na Liquid, mas isso se dá pela reputação incerta do tether.

Isso deixa uma grande lacuna no mercado para uma stablecoin descentralizada e privada, como a xUSD da Haven, que é um projeto sendo desenvolvido.

Esse ativo usa a tecnologia de privacidade da Monero (endereços invisíveis, assinaturas de círculo e blindagens) para criar uma stablecoin privada, algorítmica e não lastreada por nenhum ativo.

A moeda está circulando em fase de testes e pode ter uma base existente de clientes de apoiadores de privacidade quando a rede principal for lançada este mês.

Algumas empresas estão criando diferentes abordagens para o seguro de contratos inteligentes a fim de mitigar o risco dos investidores (Imagem: Pixabay/mohamed_hassan)

3. Seguro descentralizado

DeFi se tornaram um ecossistema complexo e interligado, com criptoativos compostos sendo compartilhados entre protocolos, como Maker, Augur e Compound e reunidos em diversas combinações como peças de lego.

Mas essa complexidade acrescentada traz um risco sistêmico.

Contratos inteligentes podem sofrer falhas ou problemas e governança, além de problemas em um único protocolo poderem causar estragos em todo o ecossistema. Isso se assemelha à rehipotecação de ativos feita por bancos, que resultou na crise financeira de 2008.

Para ajudar usuários desses protocolos e dessas plataformas a compartilharem o risco, algumas empresas estão criando diferentes abordagens para o seguro de contratos inteligentes.

Nexus Mutual se considera como uma alternativa ao seguro e é impulsionada por pessoas. Recursos são agrupados por membros e quando um requerimento é feito, membros decidem, em conjunto, se é válido, e todas as decisões são reforçadas publicamente por contratos inteligentes.

A seguradora cobre riscos específicos de blockchain, como possíveis falhas no código do contrato inteligente ou invasões a carteiras, além de mais riscos convencionais como proteção a terremotos e desastres naturais.

Etherisc é sua adversária, pois também oferece proteção para economias de token e mercados de empréstimo de criptoativos, além de pacotes convencionais incluindo seguro completo e licenciado para voos atrasados, bem como proteção contra furacões que oferece pagamentos instantâneos configurados automaticamente com dados meteorológicos.

Apesar do atrativo original dos contratos inteligentes ser “trustlessness” (o fornecimento de transações automáticas sem terceiros), seguro descentralizado poderia ajudar, ironicamente, a apresentar a confiança necessária a fim de impulsionar mai adesão convencional de serviços financeiros descentralizados.