Três pilares sustentam gosto dos analistas pelas ações da Unidas
A XP Investimentos manteve a recomendação de compra da ação da Unidas (LCAM3), com preço-alvo de R$ 34, depois de realizar uma videoconferência com Luis Fernando Porto, CEO da companhia. A conversa reforçou a visão positiva da corretora para a empresa e o setor de locação de veículos.
Segundo Pedro Bruno e Lucas Laghi, analistas de Transportes e Bens de Capital da XP, três pontos levantados pelo CEO corroboram com a tese de investimento da Unidas: (i) as fortes expectativas de crescimento; (ii) as fusões e aquisições; e (iii) a normalização do segmento de seminovos.
“Luis atribuiu a maior parte do forte crescimento da Rent-a-Car (RaC) a uma mudança cultural de posse para uso de veículos no Brasil (intensificada por e-hailing [motoristas de aplicativo]). Olhando para o futuro, ele espera que o forte crescimento continue não só na RaC, mas também no aluguel de frotas”, contaram os analistas.
A visão do executivo está alinhada com a da XP. A corretora acredita que a categoria de locação de veículos continuará crescendo fortemente no médio prazo, amparada por novos desenvolvimentos de mercado, como o serviço de assinatura, e pelo desenvolvimento estratégico da Unidas de produtos específicos da parte de locação de frotas via aquisições – Unidas Agro (NTC) e Veículos Especiais (Zetta), por exemplo.
A recuperação do segmento de seminovos deve acontecer de forma saudável. O CEO disse à XP que acredita que o mercado está subestimando a alavancagem operacional da recuperação do volume de seminovos com a normalização da produção de veículos no Brasil. Na opinião dos analistas, embora preços mais altos de carros novos impliquem em risco de precificação no aluguel para manter o ROIC (retorno sobre capital investido) estável, o processo de normalização da categoria deve acontecer sem grandes preocupações.
Fusão com Localiza
A XP destacou que a agenda ativa de fusões e aquisições da Unidas não é uma tendência que surgiu agora.
“A Unidas totalizou 15 eventos de M&A [fusões e aquisições], proporcionando à empresa não só um DNA em integração de culturas, mas também a capacidade de internalizar know-how em ofertas de produtos específicos”, comentaram Bruno e Laghi.
O CEO da companhia mencionou sobre a operação mais recente, que é a possibilidade de fusão com a Localiza (RENT3). O executivo contou que a proposta de combinação de negócios entre ambas as empresas partiu da Localiza, e não da Unidas.
De acordo com a XP, o fato de a Localiza ter incitado a operação corrobora com sua visão de que “a criação consistente de valor da Unidas nos últimos anos foi o principal motivador do negócio proposto”.