Três fatores que podem levantar a moral do Ibovespa até o final do ano
O Ibovespa sofre com a alta volatilidade devido o cenário político e econômico incerto. Só ontem, o índice despencou 3% após o Governo Federal apresentar uma proposta de extensão do Auxílio Brasil que furaria o teto de gastos.
Analistas afirmam que o cenário fiscal pode colocar fim ao rali de recuperação do Ibovespa que estava se formando nas últimas semanas.
“Sem respeitar o teto de gastos, o risco ou prêmio Brasil aumenta e se esse risco aumenta acaba sendo precificado no que o mercado chama de “curva de juros”, que nada mais é do que os vencimentos futuros negociados na bolsa e que representam as expectativas do mercado sobre qual será a taxa de juros (Selic) no futuro”, aponta o analista Filipe Villegas da Genial.
Apesar disso, o especialista citou três fatores que podem contribuir para dar uma animada no índice até o final do ano.
- Investidor estrangeiro: em outubro, até o dia 15/10, o saldo é positivo e acumulado em R$ 10,5 bilhões. No ano, o valor supera os R$ 52 bilhões;
- Temporada de balanços: pressionado pela narrativa macroeconômica, uma surpresa positiva vinda da temporada de balanços que se iniciará em breve poderá trazer maior racionalidade ao mercado, permitindo uma precificação “mais justa”, aponta Villegas.
- Sazonalidade: historicamente falando o melhor desempenho com menor volatilidade para a Bolsa brasileira (desde 2000) ocorre no último trimestre.
O que fazer?
Segundo o analista, há duas opções: uma é investir aqui em meio ao cenário complexo e ser premiado lá na frente. “Afinal diversas empresas e setores seguem com preços atrativos”, completa.
A outra é optar por esperar essa turbulência passar, fazendo uma alocação com maior diversificação geográfica e investimentos dolarizados (ETFs e BDRs, por exemplo).
“Em troca, pagaria “mais caro” por um cenário de maior previsibilidade. Não existe certo ou errado, portanto, cabe a cada investidor, investidora no entendimento dos seus objetivos e perfil de risco adotar a estratégia que se sente mais confortável para a sua carteira de investimentos”, afirma.