Mercados

Transparência Radical: Seis milhões

20 nov 2020, 8:41 - atualizado em 20 nov 2020, 9:05
Hoje em dia, depois de vencer o benchmark em algum pregão

Bom dia, pessoal!

Aqui é o Jojo Wachsmann, CIO da Vitreo. A partir de agora vocês vão conferir aqui neste espaço textos diários que mandamos aos clientes Vitreo. São análises matinais e bem-humoradas dos movimentos de mercado. Espero que gostem.

O último dia da semana reserva pouca notícia relevante, deixando os mercados suscetíveis aos ruídos relacionados ao novo coronavírus ou às vacinas — sim, como já conversamos, a dicotomia entre os dois deve prevalecer. Ontem (19), o dia começou negativo, mas virou para o positivo nas Américas ao longo do pregão, com a retomada de vitória do combo “stay at home” (conjunto de ações que se beneficiam no relativo do fechamento das economias) nas Bolsas.

O número de novas infecções ao redor do mundo volta a assustar, com repiques de casos, inclusive, em países asiáticos e oceânicos (Japão e Austrália, por exemplo). Hoje (20), as Bolsas na Europa começam muito bem, enquanto os futuros americanos caem, com exceção da Nasdaq, composta predominantemente por tecnologia. A ver…

Paulo Guedes
Bolsonaro, Guedes e Campos Netos têm agenda hoje, em Brasília e em São Paulo, com suas falas ou ações podendo trazer volatilidade aos mercados (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Brasil rumo aos seis milhões

Infelizmente, não estamos falando de novas vagas de trabalho. Nove meses depois do primeiro caso em terras tupiniquins, caminhamos para mais de 6 milhões de casos confirmados de Covid-19 no dia de hoje (sexta-feira, 20). Algo positivo? Ontem, as primeiras doses da vacina chinesa chegaram ao Estado de São Paulo, vindas da China. Diante da disparada do número de casos no Estado, há pouco que tão poucas doses possam fazer — prioridade para a linha de frente em um primeiro momento (profissionais da saúde). Cirurgias eletivas já voltaram a ser suspensas em São Paulo, assim como a desmobilização de leitos destinados a pacientes de Covid-19 foi proibida. Inegavelmente, não está fácil.

Flertamos com novos lockdowns no mundo inteiro e já não é um desafio apenas do Ocidente, uma vez que o Oriente voltou a ter seus casos aumentando também. Bolsonaro, Guedes e Campos Netos têm agenda hoje, em Brasília e em São Paulo, com suas falas ou ações podendo trazer volatilidade aos mercados – destaque para Guedes, que teve fala complicada ontem sobre utilização de reservas para pagar dívida, enquanto o mercado espera por reformas estruturais.

Tanto o governo federal como o BC estão sob forte observação do mercado, no aguardo da definição de um calendário para a retomada das reformas e da taxa de juros a ser definida em breve, respectivamente. A entrada de investidor estrangeiro tem colaborado com as altas em novembro, mas resta saber se isso e as teses da nova economia nos ajudarão com uma alta hoje.

Steven Mnuchin
Para combater a dinâmica perversa, Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro dos EUA de sobrenome impronunciável, pediu ao Fed que entregasse dinheiro (Imagem: REUTERS/File Photo)

Republicanos de volta à mesa de negociação

O líder do Senado americano, Mitch McConnell, concordou em retomar as negociações com democratas sobre o pacote de estímulos — o desfecho simboliza mais uma derrota para Trump em sua guerra de contestação, a qual sofreu grandes abalos ao longo da semana. A informação ajudou os mercados ontem (19) a ignorarem o aumento de casos da Covid-19 nos EUA e a entrega de pedidos de auxílio desemprego acima do consenso de mercado (é a primeira alta em cinco semanas).

Inegavelmente, a situação das economias reais não é positiva… Para combater a dinâmica perversa, Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro dos EUA de sobrenome impronunciável, pediu ao Fed que entregasse dinheiro, uma vez que o BC dos EUA já havia indicado que considera ser melhor usá-lo em caixa para fins de estímulo — ainda que haja consentimento, o mercado não vê com bons olhos o movimento. O ideal, mesmo, seria um pacotão de estímulos antes do final do ano, possibilidade que já havia sido descartada por boa parte dos agentes financeiros.

Talvez seja possível um rali se a discussão voltar à mesa com um resultado positivo. Por mais que haja esperança, as chances de estímulo de Washington são reduzidas, já que os legisladores permanecem em um impasse quanto ao tamanho de um pacote de ajuda à pandemia — alguém terá que ceder (democratas desceram a régua para pouco mais de US$ 1 trilhão, mas os republicanos só estão dispostos a aceitar US$ 500 bilhões).

Anote aí!

Dia com agenda muito fraca. Resta observar as falas das autoridades monetárias na Europa, nos EUA e no Brasil, que, depois de tantos pronunciamentos, já perderam boa parte da relevância que outrora já possuíram — a presidente do BCE, por exemplo, está falando pela quinta vez nesta semana e oitava no mês. Nos EUA, Robert Kaplan, Esther George, Thomas Barkin, Raphael Bostic (11h) e, mais importante, Jerome Powell, têm o microfone ao longo do dia. No exterior, Ministros das Finanças, Fazendas e Economias do G20 se encontram na Arábia Saudita (boa parte do evento será virtual) para discutir medidas para o ano de 2021.

Aqui no Brasil, o Tesouro divulga o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias (importante em uma conjuntura em que o fiscal se tornou tão relevante), além de promover o leilão de 12 mil contratos de swap do BC, que suja o dólar, mas ajuda na estabilidade do câmbio. A Zona do Euro reserva confiança do consumidor em novembro (prévia até aqui), já identificando os danos dos fechamentos parciais no continente Europeu, e EUA entrega atividade de petróleo (Relatório Baker Hughes), que poderá afetar o preço da commodity no mundo e, consequentemente, o mercado brasileiro.

Vacinas CoronaVac Sinovac
Voltaremos a olhar para a curva de infecção… Provavelmente faremos isso por bastante tempo, dado que não existe saída fácil (Imagem: Reuters/Tingshu Wang)

Muda o que na minha vida?

O que falta para que as economias sejam fechadas novamente? Grosso modo, o grande fiel da balança são os leitos hospitalares. Se não houver leitos suficientes, as economias serão fechadas. Ponto. “Ah, mas o lockdown é muito ruim como combate ao coronavírus”. É verdade, mas tem sido a única solução pragmática dos governos para evitar colapso do sistema de saúde, como aconteceu na Itália no início do ano, além de ainda ser uma das diretrizes oficiais dos protocolos da OMS para o combate de uma situação como esta — ainda que os protocolos, depois de 2020, terão de ser modernizados com tamanho aprendizado da crise atual.

O que costuma acontecer, então: i) quando o número de casos de Covid é amenizado, tanto o comportamento individual quanto as regras oficiais são amenizadas — lembrem-se, não se trata do vírus em si, mas da reação dos agentes (famílias, firmas e governos) a ele; ii) com uma defasagem de várias semanas, a economia é impulsionada; iii) no entanto, o movimento de recuperação também permite que o vírus volte; por fim, iv) o aumento dos casos leva ao aumento das hospitalizações e isso, por sua vez, leva a um número maior de fatalidades com outro intervalo de duas semanas. Conclusão? Lockdowns voltam a ser cogitados e os mercados, que subiram bem nos itens ii e iii, ficam pressionados. Voltaremos a olhar para a curva de infecção… Provavelmente faremos isso por bastante tempo, dado que não existe saída fácil.

Fique de olho!

Na semana que vem, do dia 23 (segunda-feira) ao 27 (sexta-feira), a Vitreo e a Empiricus vão promover um gigantesco evento que promete virar o mercado financeiro de ponta-cabeça: é o Investidor 3.0.

Para nós, da Vitreo, é um tremendo orgulho organizar um evento de tamanha grandeza junto da nossa parceira Empiricus. Um evento com participantes de peso, que promete mudar o jogo. É a inauguração da indústria 3.0 no mercado financeiro.

Para que você tenha uma ideia da grandeza e do alto nível do Investidor 3.0, fazemos questão de dar uma prévia do que você encontrará:

Dentre os convidados, ninguém menos que o Ministro Paulo Guedes.

Dando sequência, o melhor consultor de política do Brasil, Murilo Aragão, e o economista, professor, autor e palestrante Eduardo Giannetti falam sobre política e economia, respectivamente.

Os dias seguintes serão recheados de nomes de gente pesadíssima no cenário nacional, dentre eles, pensadores, empresários e gestores, como: Luiz Felipe Pondé e Fernanda Torres, André Ribeiro (Brasil Capital), Florian Bartunek (Constellation) e Mauricio Bittencourt (Velt), André Jakurski (JPG), Rogério Xavier (SPX) e Carlos Woelz (Kapitalo), Abílio Diniz, Sérgio Rial (CEO do Santander) e Gilson Finkelsztain (CEO da B3).

Este evento também marcará um anúncio, que é o mais importante do ano tanto para a Vitreo quanto para a Empiricus. Entre na página especial que fizemos sobre ele e seja bem-vindo a uma nova maneira de viver investimentos.

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