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George Wachsmann: Ei, Yellen, me dá um dinheiro aí!

19 jan 2021, 10:44 - atualizado em 19 jan 2021, 10:49
Acelerando rumo ao Capitólio: todos querem acompanhar o discurso de Yellen

Bom dia, pessoal!

Ontem (19), sem a Bolsa americana para trazer liquidez adicional, os mercados globais tiveram uma boa performance, inclusive o Brasil. Fomos beneficiados pelos dados positivos da China e pelo início da vacinação em nosso país, proporcionando uma alta descompensada no Ibovesp (IBOV) a; isto é, não foi uma alta generalizada, mas de alguns nomes específicos.

Hoje, em dia de falas importantes no exterior, as Bolsas abriram predominantemente em alta na Europa, ainda que não seja um movimento tão forte, e com considerável robustez nos futuros de Wall Street subindoA ver…

Vacinação e preocupação fiscal

Outros governadores que não somente o Dória tiveram a chance de posar ao lado de alguém sendo vacinado ontem.

O Plano Nacional de Imunização começa amanhã, mas as vacinas já foram encaminhadas aos Estados depois da coletiva do Ministério junto aos governadores na manhã de ontem.

Chamaram atenção os dados positivos da atividade nacional, com um IBC-Br acima da expectativa, e uma popularidade arrefecida de Bolsonaro. Diante da pressão por inúmeras frentes, da competição pela presidência da Câmara à queda de popularidade, teme-se que o presidente comece a ficar mais instável, provocando medidas populistas que deteriorem ainda mais o fiscal em busca de reerguer sua popularidade.

O fiscal também tem sido objeto de análise pelo Banco Central, que se encontra amanhã para definir a taxa de juros (a reunião começa hoje, mas a decisão só será publicada amanhã).

A curva de juros e o câmbio podem sentir essa movimentação, até mesmo porque, a cada dia que passa, mais perto ficamos da eleição para as presidências das casas legislativas.

A validação de Yellen

Nyse Bolsa de Nova York Wall Street Mercados
Investidores em Wall Street estão a postos para o discurso de Janet Yellen, indicação de Biden para a Secretaria do Tesouro (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Com Bolsas em NY abrindo hoje, observando de perto os resultados corporativos, investidores acompanharão a audiência de Janet Yellen, indicação de Biden para a Secretaria do Tesouro (o Ministério da Economia dos EUA).

Ao que tudo indica, até mesmo por meio de trechos de sua fala obtidos antecipadamente, Yellen tentará vender o plano de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão do presidente eleito Biden, argumentando que as taxas de juros baixas permitem um grande estímulo fiscal.

A ideia é a seguinte: se a taxa de crescimento gerada pelo gasto do governo exceder o custo do empréstimo (derivado da taxa de juros), a medida é positiva para a economia. Os investimentos seriam em projetos de infraestrutura, por exemplo.

Guerra Comercial e intrigas europeias

Outro ponto do discurso de Yellen deverá ser sua pouca preocupação com a desvalorização do dólar. Assim, uma área de interesse é se a questão dos impostos sobre o comércio será levantada.

Yellen poderá ter dificuldade em defender os recentes impostos sobre o comércio dos EUA, especialmente porque a evidência é de que eles prejudicaram empresas e consumidores dos EUA (mais abaixo). P

Paralelamente, na Europa, o primeiro-ministro italiano enfrentará um voto de confiança no Senado, depois de sobreviver a uma votação semelhante na Câmara. O desfecho temido pelo mercado seriam novas eleições, as quais parecem relativamente improváveis agora.

Anote aí!

Em agenda esvaziada no Brasil, agentes deverão reagir ao processo de vacinação nos Estados e a eventuais desdobramentos políticos em Brasília, principalmente se estes estiverem relacionados com o fiscal.

No exterior, destaque para a agenda europeia, que guarda divulgação da balança de pagamento, resultado das construções e sentimento econômico alemão (pesquisa de opinião comercial) — como os registros de novos automóveis europeus caíram mais uma vez em dezembro, será interessante a mudança proporcional na opinião dos consumidores.

Nos EUA, além de Yellen, Trump deverá, em seu último ato, emitir uma quantidade elevada de perdões presidenciais, o que dificilmente fará preço.

Muda o que na minha vida?

Guerra Comercial
Antes do início da guerra comercial, 23% de todas as importações americanas vieram da China, muito parecido com os vizinhos Canadá e México juntos (Imagem: Reuters/Jason Lee)

No final, depois de três anos de batalha com a China, a tão divulgada Guerra Comercial de Trump acabou tendo um resultado pouco positivo para os EUA. Embora haja uma série de métricas para medir o objetivo, a maioria aponta para um saldo líquido ruim se comparado com toda a volatilidade gerada — não há opinião aqui, apenas a constatação de fatos.

Antes do início da disputa, 23% de todas as importações americanas vieram da China, muito parecido com os vizinhos Canadá e México juntos. Disso, o déficit comercial de bens dos EUA com a China atingiu um recorde de US$ 419,2 bilhões em 2018 e, apesar de ter diminuído para US$ 345 milhões no ano seguinte (quase o mesmo nível de 2016), o déficit comercial geral não teve a mesma queda – pelo contrário, aumentou.

Em outras palavras, as tarifas unilaterais sobre a China desviaram os fluxos comerciais para outros países, aumentando as importações dos EUA de produtos fabricados no Vietnã, Malásia, Taiwan e até no México. Paralelamente, os exportadores chineses geralmente não baixavam os preços para manter seus produtos competitivos, o que significa que as tarifas alfandegárias eram principalmente pagas por empresas e consumidores dos EUA.

Com a conclusão da primeira fase do acordo comercial, firmado entre o final 2019 e janeiro de 2020, Pequim também fez uma promessa ambiciosa de importar US$ 172 bilhões em bens dos EUA em categorias específicas em 2020. Até o final de novembro, porém, cumpriu apenas 51% dessa meta, em parte devido à queda nos preços da energia.

Dessa forma, pouco de positivo pode ser extraído como sendo resultado direto da batalha. Causou atrito diplomático, volatilidade nos mercados e impactos negativos nos recursos das empresas e famílias americanas. Uma valiosa lição de como o protecionismo e medidas contrárias ao livre mercado podem ser prejudiciais.

O Brasil, depois do resultado, poderia se inspirar a não entrar em confronto com nenhum dos dois. Por que se importar com ideologia a essa altura? Money talks, bullshit walks.

Fique de olho!

Hoje o papo é sobre renda fixa com você, que procura soluções inteligentes para a sua carteira de investimentos.
Talvez você já tenha ouvido falar que a poupança e a renda fixa morreram.

Certamente ouviu muito sobre a taxa de juros nas mínimas históricas e a impossibilidade de ganhar dinheiro com investimentos mais conservadores.
Se você acha que a solução é não ter esse tipo de investimento, permita-nos dizer que esse não é o caminho mais inteligente a seguir.

O que é chamado de “solução” e esteve disponível para você até o final do ano passado é que não cabe mais nos dias de hoje.

É, literalmente, um investimento da época do Dom Pedro II.

Por isso, em novembro de 2020, trouxemos o Tesouro 3.0, que consideramos a forma mais inteligente de você investir em títulos públicos e ainda ter a chance de formar uma reserva de emergência que, no médio prazo, possibilita a você buscar mais retorno do que a própria poupança e os fundos DI, outra modalidade de investimento de perfil mais conservador.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann

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