Comprar ou vender?

Transmissão Paulista (TRPL4) desaba com despacho da Eletrobras (ELET3); o que fazer com papel?

12 jul 2024, 13:14 - atualizado em 12 jul 2024, 14:46
(Imagem: Pixabay)

A ação da Transmissão Paulista (TRPL3) despenca na sessão desta sexta-feira após a Eletrobras (ELET3) registrar oferta para vender sua participação de 35,74% na companhia. Ao todo, podem ser despejadas no mercado até 70 milhões de papéis. A fixação do preço está marcada para 18 de julho.

A venda da participação da Eletrobras, que pode levantar R$ 3,5 bilhões, já era especulada desde a privatização da companhia, em 2022, em meio a um processo de enxugamento do seu portfólio. No ano passado, a ex-estatal tentou lançar a oferta, porém não havia conseguido waivier dos debenturistas.

Para a Transmissão, os analistas sempre citaram o ‘despacho’ dos papéis como um risco. Entre os fatores está a elevação da liquidez no mercado, e claro, a queda da ação na bolsa.

Bruno Oliveira, analista CNPI do Projeto Vida de Acionista, calcula que a liquidez vai aumentar em torno de 70%, o que é um aspecto positivo para os investidores em geral.

Em entrevista ao Money Times, o CEO, Ruy Chamas, afirmou que para a companhia, a venda da fatia não possui nenhum impacto significativo. “A elétrica tem uma gestão para todos os acionistas”, disse na ocasião.

E, de fato, de acordo com analistas que conversaram com o Money Times, a venda em si não muda a operação da elétrica, que continua saudável e bem tocada.  

Seria só um desinvestimento que também já era bastante esperado pelo mercado, nesse processo da Eletrobras de tirar ali algumas redundâncias. Não muda nada para a TRPL4″, destaca Arlindo Souza, analista da Levante. O problema é o preço do papel.

O que fazer com o papel da Transmissão Paulista?

O gestor da RPS, Gustavo Henrique Fabricio, recorda que a ação da Transmissão negocia com desconto de taxa de retorno (TIR) próximo de 4%, o que é considerado caro. “A oferta precisa sair com desconto do preço de tela para fazer sentido”.

Souza também vê o valuation da companhia acima do preço, mesmo que a TRPL seja bem gerida e com dividendos, além de possuir uma avenida de crescimento com os novos projetos que vão entrar.

“Achamos que TIR real é uma taxa de retorno em linha com títulos públicos. Deveria ter um prêmio, já que há o risco de equity, então recomendamos venda”, discorre. Ele diz ainda que a queda do papel pode abrir uma oportunidade se cair para R$ 19, algo que considera difícil. O preço-alvo da Levante é de R$ 26.

Para Ruy Hungria, da Empiricus, apesar de pagar bons dividendos (dividend yield de 7%), o potencial de valorização é limitado dado o valuation e a competição nos leilões, que segue muito acirrada e pressionando o retorno de novos projetos. 

Bruno Komura, da Potenza Investimentos, lembra que atualmente a ação da Transmissão negocia perto de IPCA+4%, enquanto outras ações (CPLE6, EQTL3, ENGI11 e ELET3) negociam com taxa de IPCA+10%.

“Mesmo com a pequena queda de hoje, as ações continuam caras. Se for escolher as ações que atuam no segmento de transmissão (mais seguro e previsível), preferimos Taesa (TAEE11), (IPCA+7,5%) ou Alupar (ALUP11) (IPCA+7%)”, completa.

Já Oliveira diz que empresa continua sendo uma excelente pagadora de dividendos, com executivos alinhados e com planejamento e execução exemplares no mercado. “Podemos entender que a queda ocorrida no dia 12/07/2024 aumenta a atratividade do papel”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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