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Transmissão Paulista: esqueça a queda de 53% no lucro e foque nos dividendos, dizem analistas

29 out 2021, 17:17 - atualizado em 29 out 2021, 21:32
Setor Elétrico Linhas de Transmissão TRPL4 Transmissão Paulista
Segundo a empresa, a queda foi puxada por efeitos não recorrentes e impacto de juros sobre a dívida (Imagem: Unsplash/@publicpowerorg)

Mesmo com a queda de 53% no lucro líquido do terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, os analistas seguem confiantes com a Transmissão Paulista (TRPL4).

A empresa reportou lucro de R$ 188 milhões e Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 592 milhões, queda de 12,7%. 

Segundo a elétrica, a redução foi puxada por efeitos não recorrentes e impacto de juros sobre a dívida.

De acordo com a Genial Investimentos, a queda é plenamente justificável devido a efeitos extraordinários nos resultados de terceiro trimestre de 2020 relacionada a questões regulatórias (indenização da Rede Básica do Sistema Existente e impacto de uma operação de venda de um dos terrenos da empresa).

“Como grandes destaques, vemos a evolução moderada dos custos operacionais (abaixo da inflação), entrega dos projetos em desenvolvimento com números muito melhores do que os propostos pela ANEEL”, afirma o analista Vitor Souza. 

Para a XP, os números vieram dentro do esperado, refletindo principalmente o impacto positivo do ciclo da Receita Anual Permitida (RAP) de 2021 e 2022.

“Acreditamos que os resultados reforçam a estabilidade e resiliência do segmento de transmissão de energia. Dito isso, consideramos que essa estabilidade já está precificada nas ações”, completam os analistas Victor Burke e Maíra Maldonado.

Na visão do Safra, os resultados gerais ficaram em linha com as expectativas, com as receitas ligeiramente acima das estimativas, afetadas principalmente por outros ajustes e antecipações.

Vaca leiteira

Mesmo com os números mais fracos do que o projetado pela Ativa, o analista Ilan Arbetman destaca a divulgação da distribuição de R$ 1,31 por ação em proventos, o equivalente a 5,4% de dividend yield frente à cotação atual, o que vai, segundo ele, conferir um tom mais positivo à recepção dos números reportados.

Na avaliação da Genial, a empresa tem uma série de projetos entrando em operação e um endividamento sob controle. “Não achamos improvável a distribuição de novos dividendos até o fim do ano”, completa

Por outro lado, o Safra avalia que a ação já se encontra em uma patamar justo. A corretora reafirmou a recomendação neutra.

“A empresa está atualmente desenvolvendo projetos de transmissão adquiridos recentemente e achamos que os preços atuais descontam bastante os benefícios dos fluxos de caixa futuros”, aponta.