Transição energética global causará sofrimento econômico de curto prazo, diz relatório
A transição para a energia limpa, necessária para evitar que a temperatura suba rapidamente, pode reduzir em 2% o Produto Interno Bruto global até 2050, mas pode ser recuperável antes do final do século, disse um relatório da consultoria de recursos naturais Wood Mackenzie nesta quinta-feira.
Embora os investimentos em tecnologias como parques solares, eólicos e baterias avançadas gerem empregos, a transição também deve causar perda de empregos e receitas fiscais na produção de combustíveis fósseis, disse o relatório intitulado “Sem dor, sem ganho: as consequências econômicas da aceleração da transição energética”.
“Não é de forma alguma uma maneira de dizer que não devemos buscar a transição ou retardá-la”, disse Peter Martin, economista-chefe da WoodMac. “Essa dor no curto prazo será recompensada no longo prazo.”
Os benefícios de limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius, conforme exigido pelas Nações Unidas, podem elevar o PIB global em 1,6% em 2050, segundo o relatório.
Mas as ações necessárias para estimular a transição para evitar que as temperaturas ultrapassem esse nível podem cortar 3,6% do PIB em 2050, resultando em um impacto de 2%, de acordo com o documento.
Os impactos não serão sentidos de maneira uniforme. A China sentirá cerca de 27% do impacto econômico acumulado de 75 trilhões de dólares no PIB global até 2050, seguida por Estados Unidos, com cerca de 12%, Europa com 11% e Índia, cerca de 7%.
Economias ricas com mercados de capitais profundos que já possuem grandes investimentos em tecnologias de transição energética, ou uma propensão a investir em novas tecnologias, estarão melhor posicionadas.
Os benefícios econômicos da transição energética devem começar a aparecer depois de 2035 e a produção econômica perdida seria eventualmente recuperada antes do final do século, segundo o relatório.