Trajetória do deficit previdenciário é insustentável, diz diretor do Ipea
O coordenador de Providência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rogerio Nagamine, disse que a trajetória do deficit previdenciário é insustentável e uma das principais distorções seria a possibilidade de aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima.
Segundo ele, o mecanismo beneficia pessoas de maior renda. “Em 2015, uma em cada 5 mulheres se aposentou com menos de 50 anos.”
Sobre o envelhecimento, Nagamine afirmou que o Brasil está envelhecendo mais rápido que os países da Europa. Lá, segundo ele, os países demoraram 50 anos para dobrar a população de idosos. “Aqui isso será feito em 20 anos”.
Ele disse ainda que, na Europa, a taxa média de reposição – que é o percentual do salário correspondente à aposentadoria – seria de 57%. A reforma parte de um percentual de 76% aos que contribuem 25 anos com idade mínima de 65 anos.
Segundo ele, já hoje o sistema não garante 100% do salário para quem se aposenta. O cálculo brasileiro leva em conta uma média simples de salários-de-contribuição, que são limitados a um teto.