Alta dos preços das commodities pode durar uma década, prevê Trafigura
O comandante da Trafigura Group, gigante do comércio exterior, prevê que as commodities entrarão em um novo superciclo, com os preços se mantendo elevados por uma década ou mais.
A transição para veículos elétricos e energia mais limpa incentiva a demanda por metais, disse o presidente Jeremy Weir.
Juntamente com a falta de investimentos na capacidade de oferta, o quadro abre espaço para uma nova era de preços sustentadamente mais altos para as matérias-primas, disse ele.
“Não é um fenômeno de um ou dois anos. É uma década ou mais”, afirmou Weir durante a conferência FT Commodities Global Summit.
Sediada em Cingapura, a Trafigura é a segunda maior negociante independente de petróleo e metais no mundo. A empresa teve lucro recorde no primeiro semestre fiscal em meio à volatilidade de preços e à recuperação da demanda nos mercados abalados pela pandemia. Weir reiterou o otimismo com o cobre.
“É preciso mais cobre para conseguir eletrificar”, disse ele. “E preços mais altos são a única solução.”
Diante dos preços elevados, Torbjorn Tornqvist, CEO da corretora de energia Gunvor Group, disse durante a mesma conferência que sua firma estuda voltar a negociar metais.
No início do ano, a Trafigura divulgou a projeção de que a tonelada do cobre atingiria US$ 15.000 na próxima década porque a demanda global gerada pela descarbonização deve causar um grande déficit no mercado.
O metal atingiu cotação recorde no mês passado, mas a pressão sobre o preço aumenta à medida que a demanda chinesa diminui. O cobre chegou a cair 4,6% na terça-feira, o maior tombo em mais de três meses, para US$ 9.511.