Comprar ou vender?

TradersClub: BTG vê prejuízo pior do que o esperado e baixa conversão de usuários pagos

15 nov 2021, 17:24 - atualizado em 15 nov 2021, 17:24
Mercados
A recomendação de compra foi mantida, com preço-alvo de R$ 14 (Imagem: Pixabay/sergeitokmakov)

Os resultados líquidos da plataforma TradersClub (TRAD3) foram vistos como abaixo do esperado pelo BTG Pactual, mostra um relatório enviado a clientes neste domingo (14) e obtido pelo Money Times.

Apesar do lucro líquido de R$ 11,4 milhões e um crescimento de 62,7% na comparação com um ano antes, o BTG calcula que estes números foram afetados positivamente por impostos diferidos de R$ 14,9 milhões, decorrentes de despesas capitalizadas relacionadas ao processo de IPO.

Excluindo este efeito, calculam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, o resultado teria sido um prejuízo de R$ 3,5 milhões, o que significou uma perda maior do que a esperada por eles, de -R$ 1,6 milhão.

Já a receita líquida, de R$ 25 milhões, cresceu em linha com o esperado pelo BTG e cerca de 70% acima do visto um ano antes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Usuários

O número de cadastrados na plataforma cresceu 158% na comparação com o mesmo período de 2021, a 562 mil, e veio de 502 mil no segundo trimestre.

Apesar disso, os usuários pagos ficaram estáveis na comparação trimestral, enquanto subiram de 17 mil um ano antes (+417,6%), e chegaram a 88 mil.

Segundo o TC, a manutenção dos pagantes mostra “forte resiliência da base, mesmo com a realização expressiva da bolsa durante o terceiro trimestre (-13% entre julho e setembro)”.

O banco nota ainda que os investimentos no time de tecnologia, como esperado, se aceleraram para aumentar as vendas.

Isto resultou em um avanço da margem bruta de 9% (3% inferior ao do BTG), chegando a 55,7% (contra 86,7 no ano anterior e 61,7 no 2º trimestre de 2021).

Os custos com despesas administrativas, de vendas e gerais (G&A, em inglês) saltaram 5,8 vezes na comparação anual e chegaram a R$ 20,8 milhões. O Ebitda, então, ficou em – R$4,2 milhões, acima do estimado pelo BTG de – R$ 3,3 milhões.

Caixa

Enquanto isso, a empresa atingiu uma posição de caixa líquido de R$ 526 milhões (ou R$ 394 milhões após contabilização dos desembolsos subsequentes para as empresas adquiridas em outubro, a serem considerados no quarto trimestre), calcula o BTG.

Os analistas ressaltam que a companhia pode sofrer com a volatilidade do mercado e a alta nas taxas de juros, afetando as suas ações, mas ainda assim nada que possa atrapalhar o rumo do TC ao sucesso.

“A exposição a um mercado pouco penetrado, o efeito de rede e seu conteúdo (próprio do TC, de seus parceiros e usuários), bem como oportunidades de M&A (como anunciado recentemente pela empresa) são ferramentas valiosas na busca do envolvimento do consumidor e para o sucesso da plataforma nos próximos anos”, explicam.

A recomendação de compra foi mantida, com preço-alvo de R$ 14. O valor corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 125,8%.