Traders de ETFs vendem ativos de risco e apostam em títulos
Em meio ao pior dia para o mercado acionário americano em dois meses, traders do mundo “hiperlíquido” dos fundos de índice venderam ações e títulos corporativos e buscaram a segurança da dívida pública, com os rendimentos novamente nas alturas.
Na terça-feira, gestores sacaram bilhões de dólares dos principais ETFs que rastreiam ações e crédito, quando fortes dados econômicos alimentam novos temores de que o Federal Reserve será obrigado a intensificar sua campanha de aperto monetário.
Um resgate de US$ 1 bilhão atingiu o ETF SPDR Bloomberg High Yield Bond (JNK), agora com US$ 7,6 bilhões em ativos, na maior retirada desde 2020, de acordo com dados overnight compilados pela Bloomberg.
Ao mesmo tempo, cerca de US$ 908 milhões foram direcionados ao ETF SPDR Portfolio Short Term Treasury (SPTS), com US$ 5,3 bilhões, na maior entrada em três anos.
Foi uma fatia dos mais de US$ 2 bilhões injetados em fundos que acompanham títulos de curto prazo do governo dos EUA.
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Gestores também investiram dinheiro novo em uma estratégia de dívida de longa duração que pode se beneficiar em uma desaceleração econômica, com o ETF iShares 20+ Year Treasury Bond (TLT) tendo recebido o maior volume em um mês.
A migração coincidiu com a disparada dos rendimentos dos Treasuries na terça-feira em meio à crescente convicção de que o Fed não está nem perto de encerrar sua guerra contra a inflação, muito menos de parar de subir os juros. Isso cria um duplo incentivo para recorrer à dívida pública: para se beneficiar do aumento dos chamados “yields”, ao mesmo tempo em que se limitam as possíveis perdas associadas a ativos mais expostos economicamente, que podem sofrer à medida que taxas mais altas afetam o crescimento.
Embora os dados de um único dia possam ser inconstantes no mundo dos ETFs, os fluxos ressaltam a fragilidade da confiança dos investidores em relação a um rali de ano novo que levou o S&P 500 a uma alta de cerca de 9% em um determinado momento, desafiando a maioria das expectativas de Wall Street.
Mais de 90% das ações no indicador de referência da bolsa americana caíram na terça-feira, com o índice em queda de 2% no fechamento.