Coluna do Roberto Ribas

Trabalho presencial, remoto ou híbrido? Opte pela liberdade

12 abr 2023, 10:00 - atualizado em 11 abr 2023, 11:17

Samson, um Yorkshire Terrier, passa parte do dia no colo do seu tutor Trevor Watts, gerente de controles de projeto (Imagem: Dave Chan/AFP)

Quando a covid-19 estourou, não teve saída. Mesmo quem não praticava algum tipo de trabalho remoto teve de adotar essa modalidade. Foram meses — em alguns casos, mais de um ano — exclusivamente assim.

Mas depois das vacinas, do arrefecimento da pandemia, veio a dúvida: e agora? Todos voltam para os escritórios? Seguem em casa? Ou fica um modelo híbrido?

Alguns executivos de grandes companhias foram pela primeira opção. Elon Musk exigiu que todos os funcionários da Tesla voltassem ao trabalho presencial. Os CEOs da Disney, Bob Iger, e da Apple, Tim Cook, determinaram que os colaboradores ficassem boa parte da semana nos escritórios.

Porém, há uma desconexão entre o que pensam os executivos e os funcionários. Pesquisa da Microsoft com 20 mil pessoas em 11 países mostrou que 85% dos líderes veem como um desafio ter confiança de que seus colaboradores são produtivos na alternativa híbrida. Por outro lado, 87% dos empregados avaliam que entregam resultado da mesma forma.

Três modelos de trabalho, uma escolha

Afinal, qual é a saída? Não tem uma receita de bolo. Isso porque cada empresa tem sua realidade própria.

Mas há um caminho que vale para a maioria dos negócios: dê liberdade de escolha para os funcionários.

Aqui na Brivia, havia uma cultura nômade desde antes da pandemia. Até porque a empresa tem operação em diversas cidades do país, além de Portugal. Portanto, são pessoas trabalhando em mais de 70 cidades diferentes. Embora a estrutura seja orientada ao remoto, quem faz parte do time pode escolher de acordo com o momento e a necessidade.

Por exemplo: tarefas mais individualizadas, com foco em concentração, são recomendadas a se fazer em casa. Já outras atividades colaborativas, que demandam ideação e relacionamento, podem ser feitas nas sedes da empresa, proporcionando esses momentos de troca.

Ou seja, o primeiro passo para decidir a cultura de trabalho mais adequada passa a ser ouvir a equipe: o que preferem? Onde se sentem mais produtivos? Que tipo de atribuições desempenham melhor de forma remota ou presencial?

Faça essa escuta. Para medir e estimular a produtividade, utilize processos bem estruturados para avaliar o andamento das tarefas e alcance de objetivos.

A metodologia conhecida como OKRs , muito utilizada no Vale do Silício, oferece boas ferramentas nessa jornada. O importante é também ter uma cultura de feedbacks com os funcionários, reforçando a confiança e corrigindo os rumos quando necessário.

Afinal, as transformações digitais exigem cada vez mais flexibilidade, agilidade e capacidade de adaptação. E isso vale também para os modelos de trabalho. Seja qual for a modalidade adotada, a liberdade sempre será o melhor caminho.

*Roberto Ribas é Chief Strategy Officer e membro do conselho da Brivia. Com 22 anos de experiência, ao longo da trajetória, concebeu a metodologia BXM (Brand Experience Management) e sempre esteve na liderança de times multidisciplinares, na concepção e desenvolvimento de projetos de estratégias de marca e transformação digital para grandes marcas. Atuou no fortalecimento do setor, sendo co-fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (ABRADi/RS). É formado pela UFRGS e tem especialização em Marketing pela ESPM.