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Trabalho e vida pessoal: Para esta psicóloga, equilíbrio entre os dois é mentira; entenda

12 abr 2022, 14:13 - atualizado em 12 abr 2022, 14:13
Equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho
Equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho pode ser uma mentira, segundo psicóloga (Imagem: Elena Mozhvilo/Unsplash)

A linha entre a vida pessoal e profissional nunca foi tão tênue como na atualidade. Por isso, segundo especialistas, é saudável buscar a “combinação perfeita” entre trabalho e vida, desfazendo a ideia de equilíbrio entre esses dois polos.

Em teoria, é um ótimo pensamento que “quando vamos trabalhar podemos desligar nossa mente sobre tudo em nossas vidas pessoais e então, voltamos para casa e podemos esquecer o trabalho. Mas, na prática, nunca funciona assim”, ressalta, a Dra. Melba Nicholson Sullivan, psicóloga norte-americana, em entrevista para a Fast Company.

Em média, passamos um terço de nossas vidas trabalhando, segundo a Gettysburg College.

Com isso, a Dra. Sullivan aponta que “é hora de percebermos que nossa vida profissional é nossa vida pessoal e vice-versa, então precisamos mudar nossa mentalidade e abandonar o ‘equilíbrio trabalho/vida’ para sempre”.

Assim, a melhor opção, orienta ela, é adotar uma mentalidade de combinação entre carreira e vida.

Isso pode ser feito, de acordo com a psicóloga, com o auxílio de cinco passos.

Confira:

1. Defina o que é uma combinação de trabalho/vida para você

Para ela, é impossível construir sua vida em torno de seu trabalho.

“As pessoas tentaram (e falharam) muitas vezes, mas para serem realmente produtivas e criativas no trabalho, os membros da equipe precisam de liberdade para trabalhar da maneira mais eficaz para eles, individualmente”, explica.

Em vez de ver o seu ofício e a sua vida como dois opostos em uma escala que está constantemente tentando equilibrar, uma mentalidade mista é entender que a parte profissional não existe em um campo isolado

. “Seu trabalho e sua vida existem ao mesmo tempo”, defende ela.

Isso significa, por exemplo, que você às vezes precisa realizar suas funções fora do horário normal de serviço, enquanto outras vezes significa que precisa lidar com “coisas da vida” durante o expediente.

2. Confiança e transparência

Pensando nas empresas, a especialista reconhece o papel delas para a busca dessa combinação e indica que a confiança nos funcionários e a criação de uma cultura que valoriza a transparência são fundamentais.

“É mais fácil falar do que fazer, especialmente no mundo híbrido em evolução, onde os funcionários não estão todos debaixo do seu nariz”, afirma.

Em uma cultura que mistura trabalho e vida, os funcionários devem ser encorajados a encontrar o ritmo que funciona para eles, indica a Dra. Sullivan.

“Quando os funcionários puderem ser honestos sobre como estão gastando seu tempo, eles começarão a se sentir mais capacitados e apoiados em sua função”, finaliza.

3. Comunicação aberta

“A maneira como trabalhamos afetou a saúde mental dos funcionários e muitas pessoas não se sentem à vontade para transmitir seus desafios aos membros de sua equipe”, identifica a especialista.

Com uma cultura de ocupação mista, os membros da equipe precisam se sentir confortáveis ​​o suficiente para ter conversas difíceis sobre suas necessidades com seus gerentes. Isso tornará a equipes mais conectadas e enérgicas, aconselha ela.

4. Propriedade

“Se os membros da equipe não tiverem o poder de assumir suas responsabilidades no trabalho, uma abordagem de combinação de trabalho/vida nunca funcionará”, afirma a psicóloga.

Como solução para isso ela aconselha que se trabalhe mais de forma assíncrona e dê propriedade aos membros da equipe desde o início.

Isso irá ajudar a construir seus próprios horários e, ao mesmo tempo, trazer sua própria criatividade para cada tarefa.

5. Encontrar uma mistura que valerá a pena a longo prazo

Os funcionários estão se tornando mais expressivos sobre seus requisitos para uma cultura de trabalho flexível focada no bem-estar e, se sua função atual não puder fornecer isso, eles estão dispostos a procurar em outro lugar, pontua a Dra. Sullivan.

“As pessoas precisam da oportunidade de viver suas vidas fora do trabalho e precisam de empregadores que confiem que o trabalho será feito, mesmo que a forma como seja feito seja mais inovadora e flexível do que as abordagens tradicionais de outra época”, diz ela.

Por fim, a psicóloga aponta que o futuro do trabalho já chegou e precisamos nos adaptar a ele. “Ao trazer uma mistura de trabalho/vida em seu local de trabalho, as equipes serão mais criativas, energizadas e preparadas para seu trabalho e os resultados falarão por si”, finaliza.