Economia

Trabalhadores com medo de serem demitidos somam 29% em outubro, revela pesquisa

12 nov 2018, 7:29 - atualizado em 11 nov 2018, 23:42
(CNT)

O Indicador de Confiança do Consumidor da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelou que 29% dos trabalhadores têm receio alto ou médio de serem demitidos. O percentual de outubro representa uma queda em relação aos meses anteriores. Julho, agosto e setembro registraram, respectivamente, 30%, 36% e 33%.

A pesquisa de outubro, baseada nas respostas fornecidas por 800 consumidores, ainda mostrou que 36% dos entrevistados avaliam como ‘baixa’ a probabilidade de demissão, enquanto 35% não veem risco de ficarem desempregados. O número de entrevistados com pelo menos uma pessoa sem trabalho em casa corresponde a 45%.

Em relação ao futuro, 38% dizem acreditar que as oportunidades dentro do mercado de trabalho se encontrarão iguais nos próximos seis meses. Os que acham que novas vagas serão abertas correspondem a 33%. Os mais pessimistas formam 14%.

“Enquanto o mercado de trabalho não mostrar sinais mais vigorosos de recuperação, a confiança do consumidor seguirá retraída”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

No último mês, o Indicador de Confiança do Consumidor manteve-se estável, alcançando 42,3 pontos, uma diferença mínima de 0,2 pontos frente ao mesmo período do ano passado. Comparado a setembro de 2018, a diferença foi de 0,4 pontos a mais.

Economia brasileira

A pesquisa também mostrou que oito em cada dez brasileiros veem a atual situação econômica do país de maneira negativa, sendo o desemprego elevado, com 68%, o aumento dos preços, 58%, as altas taxas de juros, 36%, e a desvalorização do real, 27%, os principais motivos. O cenário é positivo apenas para 2%.

Situação financeira

Os resultados da pesquisa revelaram que 45% dos entrevistados estão descontentes com sua situação financeira, classificando-a como ruim. O o alto custo de vida é o principal motivo dessa visão negativa, seguido por desemprego e queda de renda familiar. As pessoas que classificam sua situação como regular formam 47%, enquanto 8% veem o quadro como sendo positivo.

Projeção sobre o futuro

Quando questionados sobre o cenário econômico dos próximos meses, 42% disseram estar neutros, com a economia nem melhor nem pior em comparação ao momento atual.23% enxergam um quadro positivo, enquanto 32% se dizem pessimistas. O medo de uma possível inflação desenfreada, representando 43%, e do desemprego, 41%, é o que mais alimenta o descrédito dos pessimistas.

No entanto, a perspectiva sobre a própria situação financeira para os próximos meses é majoritariamente positiva. 58% dos entrevistados acreditam que suas finanças pessoais irão melhorar. Somente 12% veem uma piora no quadro, ao passo que 27% se dizem neutros.

“Por mais que a situação econômica do país impacte a vida financeira do consumidor, ele sabe que assumir um controle mais efetivo sobre seu bolso e fazer adaptações podem ajudar a enfrentar um ambiente adverso”, diz Kawauti. “Os dados podem parecer contraditórios, mas sinalizam um viés de otimismo, que é uma característica sempre observada em estudos que avaliam o comportamento humano”.

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