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Totvs (TOTS3) que se cuide: Sankhya tem IPO no horizonte e plano ambicioso de faturar R$ 1 bi até 2025; confira

26 fev 2024, 17:38 - atualizado em 27 fev 2024, 17:32
Sankhya
Sankhya, empresa especializada em ERP e concorrente da Totvs, tem IPO no horizonte (Imagem: Divulgação/Sankhya)

Nascida em Uberlândia–MG e fundada pelos irmãos Fábio Túlio e Felipe Calixto, a Sankhya já carrega consigo três décadas no mercado de ERP (sistema integrado de gestão empresarial) e tem no horizonte a abertura de capital da companhia — o famoso IPO.

Concorrente direta da Totvs (TOTS3), a empresa realizou sua convenção anual no último fim de semana, em Uberlândia, onde está localizada sua sede. A convite, o Money Times participou do evento, que contou com a apresentação de números ambiciosos da companhia para os próximos anos.

Em meio a palestras de nomes como Dafna Blaschkauer, líder global da Nike, e André Santos, embaixador do Mercado Livre, o CFO (diretor financeiro) da Sankhya, André Britto, destacou que, no período de três anos, a empresa dobrou diversos números.

Conforme os dados apresentados pelo CFO, em 2020 o faturamento da Sankhya foi de R$ 192 milhões, com 15 mil clientes. Já em 2023, esse número saltou para faturamento de R$ 423 milhões, com 35 mil clientes.

“Até 2025, a gente quer ser a mais desejada e mais inovadora provedora de soluções de gestão empresarial do Brasil, superando o faturamento de R$ 1 bilhão”, disse Britto.

Em 2020, a Sankhya contou com investimento de R$ 425 milhões do fundo soberano de Singapura (GIC), e usa parte do aporte em sua estratégia de fusões e aquisição (M&A), em que se torna sócia majoritária de companhias que complementam o ecossistema de gestão oferecido pela empresa.

Em entrevista ao Money Times, Britto destacou o foco da companhia no crescimento expressivo ao longo dos próximos dois anos, com foco no aumento da receita recorrente e planos de realizar ao menos duas investidas (M&A) por ano em empresas que agreguem à companhia.

Confira a entrevista completa com André Britto, CFO da Sankhya

Money Times: O que é a Sankhya na explicação de um executivo da companhia?

André Britto: A Sankhya é a maior provedora de gestão do país. A gente vende gestão em uma série de diferentes produtos, que incluem ERP, CRM, plataforma de recrutamento e seleção e assim por diante. Uma solução 100% SaaS (Software como Serviço) de alta tecnologia. 

MT: Qual o público que a companhia atende?

AB: Nós atuamos no middle market, que são empresas médias, que faturam de dez milhões a alguns bilhões. Não atuamos com empresas muito pequenininhas e nem com multinacionais.

O sistema da Sankhya é complexo e completo, então empresas pequenas não tem a capacidade, tanto financeira, quanto de necessidade de gestão, para ter o sistema.

E sobre multinacional, atuamos essencialmente no Brasil, então empresas muito grandes tendem a ter operações em outros países, com outras soluções tributárias que acabamos não atendendo.

MT: Quais são as perspectivas sobre o setor de ERP?

AB: Este setor é um que se mantém crescendo desde sempre. Trata-se de uma área que cresce em taxas saudáveis. Existe cada vez mais adoção de tecnologia pelas empresas em diferentes ramos e segmentos, então a tendência é essa.

É claro que em anos de economia melhor, a tendência é um pouco mais positiva, e em anos de juros altos, ou incertezas e inseguranças, o crescimento fica um pouco mais difícil.

Mas a gente está com uma expectativa de crescimento alta nos próximos dois anos e esperamos conseguir atingir nossos resultados. 

MT: Quais são os principais desafios que a companhia enfrenta?

AB: O principal desafio é continuar crescendo da maneira que a gente vem crescendo. Então é conseguir ampliar tanto o crescimento orgânico com as aquisições que a gente vem fazendo e integrar todo esse ecossistema. Está indo super bem, mas claramente é um desafio.

A gente vem tendo sucesso nisso, já fizemos cinco aquisições e agora estamos conseguindo integrar todas elas tanto comercialmente quanto de produto para conseguir ter uma oferta bem diferenciada. 

MT: E quais são as principais oportunidades atuais?

AB: Eu acho que a gente tem muita oportunidade com empresas buscando uma solução diferenciada, um produto de alta qualidade, flexível, que vende gestão de verdade, então a gente vai capturar isso, acho que o mercado é muito amplo, tem espaço para todos os players.

Inclusive, tem muitas empresas que ainda não tem softwares no nível de alta tecnologia, então é continuar capturando isso, crescimento do próprio mercado e as oportunidades que vão aparecendo, que não são poucas. 

MT: Quais são os planos da Sankhya para o curto e médio prazo?

AB: Temos nossa meta chegar em R$ 1 bi de faturamento até 2025. É um desafio e estamos trabalhando para isso, tem todo um trabalho de execução desafiador e depois disso terá as consequências do crescimento da escala que estamos conseguindo ter. 

MT: O que levou a expansão tão expressiva nos últimos três anos?

AB: Foi uma combinação de fatores, com a mudança do modelo de vendas, focado em receita recorrente, então isso ajudou muito.

A gente expandiu nossos canais, então temos mais meios para acelerar o crescimento. E a gente vem investindo muito em marketing, com a campanha do Bernardinho, da Rebeca [Andradre] agora, que também está ajudando a Sankhya a chegar em outro patamar, em uma visão mais nacional que antes a gente não era conhecido.

Então essa combinação de fatores acaba resultando no crescimento que a gente vem tendo ao longo dos últimos anos. 

MT: É isso que a Sankhya pretende replicar para chegar na meta que foi apresentada? 

AB: A gente continua com investimento relevante em marketing. A gente tem um desafio grande de aquisições para eventualmente conseguir chegar nesse número.

Tem todo o trabalho de integração das investidas; a criação do ecossistema; fintech, ou seja, para conseguirmos chegar lá é uma combinação de fatores. Como eu mencionei, acho que tem um desafio grande, mas estamos trabalhando para conseguir atingir nossos objetivos. 

MT: Como vai funcionar a aquisição de fintech no ecossistema?

AB: A gente vem focando cada vez mais nisso, estamos aprendendo e vendo o que o mercado vem fazendo — potencialmente alguns concorrentes — mas a gente tá olhando muito para dentro e antes de fazer alguma aquisição, veremos o que conseguimos desenvolver internamente, soluções que conseguimos oferecer e parcerias.

E daí, num segundo momento, depois que estivermos um pouco mais consolidados, com executivos em um nível de conhecimento maior, podemos pensar também em aquisições para complementar esse ecossistema. 

MT: A pergunta que não quer calar… A Sankhya tem pretensão de fazer IPO na Bolsa?

AB: A resposta é sim, mas a gente não tem pressa ou prazo, vai depender um pouco desse trabalho que a gente vem fazendo nos últimos anos e pretende continuar, e aí quando a gente entender que vai ser o momento certo, potencialmente vamos considerar isso.

Mas tendo em vista que temos investidores por trás e um certo desejo interno, em algum momento isso vai chegar. Depende um pouco de momento de mercado, de possibilidades, então quando o momento for correto e tivermos o tamanho, maturidade e execução, aí, sim, potencialmente vamos avaliar isso. 

*A repórter viajou a convite da Sankhya

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