Totvs ameaça ir à Justiça contra termos de proposta concorrente pela Linx
A fabricante de softwares de gestão Totvs (TOTS3) ameaçou nesta segunda-feira ir à Justiça contra os termos de proposta concorrente pela Linx (LINX3) subindo o tom no caso em que concorre com a StoneCo (STN).
A Stone, de meios de pagamentos, anunciou na terça-feira passada acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx, numa transação em dinheiro e ações que avalia a produtora de programas para varejo em 6,4 bilhões de reais.
Um dos pontos polêmicos da proposta é uma multa em caso de fracasso do negócio. A Stone deve pagar 605 milhões de reais para a Linx, caso o Cade não aprove a transação. Mas a Linx teria que pagar a multa se aceitasse uma proposta concorrente. Caso a assembleia da Linx não aprove o negócio, ainda teria que pagar 25% da multa desse valor para a Stone.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação sobre a transação anunciada, enquanto investidores criticaram os termos da oferta da Stone por oferecer termos diferenciados a executivos da Linx, o que configuraria conflito de interesses.
“Reafirma, assim, a Totvs, a sua intenção de, se concluída a transação objeto da sua proposta, questionar, pelos meios legais cabíveis, a legalidade do referido ônus e a lesão ao interesse e à soberania dos acionistas da Linx”, disse a Totvs nesta segunda-feira.
Três dias depois do anúncio da Stone, a Totvs apresentou sua proposta pela Linx, com termos considerados mais vantajosos para os acionistas desta última.
Em comunicado ao mercado, a Totvs também rebateu afirmações feitas mais cedo pela Linx em relação a conversas mantidas para uma potencial fusão. A Linx afirmou que executivos da empresa tiveram contatos preliminares com a Totvs entre 31 de julho e 4 de agosto, mas que estes informaram que qualquer proposta levaria semanas para ser apresentada.
“Causa-nos surpresa (…) o entendimento manifestado de que as tratativas mantidas entre os mais altos administradores e representantes de ambas as companhias (…) teriam sido percebidas como “ausência de expectativa ou elemento concreto”, afirmou a Totvs.
“A troca de mensagens entre as administrações das duas companhias (…) contesta esse argumento”, acrescentou a Totvs, considerando que o argumento da Linx privou os acionistas de avaliarem a melhor proposta.