Total mantém dividendos estáveis em “circunstâncias excepcionais”
A petroleira francesa Total se comprometeu a manter estáveis os pagamentos de dividendos em dinheiro e afirmou que pode permanecer equilibrada mesmo com os preços baixos do petróleo em meio à pandemia de coronavírus, que levaram a empresa a registrar queda de 35% nos lucros no primeiro trimestre.
A companhia também elevou suas ambições climáticas, afirmando que tem como meta atingir emissões líquidas zero em suas operações e produtos distribuídos aos consumidores no máximo até 2050, embora apenas na Europa.
Para as principais petroleiras do mundo, a crise causada pelo novo coronavírus agrava os efeitos de uma crise climática que já impedia alguns investidores de aplicar no setor de combustíveis fósseis.
A manutenção dos dividendos é uma maneira de atrair acionistas –e os papéis da Total chegaram a avançar 7,5% na sessão, com o anúncio de que a empresa manterá seus dividendos estáveis no primeiro trimestre, a 0,66 euro por ação, ajudada pela baixa relação dívida/capital. Os pagamentos serão totalmente em dinheiro.
“O grupo está enfrentando circunstâncias excepcionais: a crise de saúde devido à Covid-19, que está afetando a economia mundial e criando grandes incertezas, e a crise do mercado de petróleo, com a forte queda nos preços desde março”, disse em comunicado o presidente do conselho e presidente-executivo da Total, Patrick Pouyanne.
A Total disse que a remuneração de Pouyanne neste ano terá um corte de cerca de 30% na comparação com o ano anterior, e que outros executivos e membros do conselho também receberão menos.
A petroleira planejava acelerar o crescimento dos dividendos nos próximos anos, com um “guidance” de avanço de 5% a 6% por ano. Nesta terça-feira, porém, a Total não forneceu projeções para os pagamentos no ano completo de 2020.