Economia

Total de famílias brasileiras endividadas atinge o maior patamar do ano em agosto

23 set 2022, 12:00 - atualizado em 23 set 2022, 12:00
Selic Cartão de Crédito
O número de famílias com dívidas atinge o maior patamar em 2022 (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O total de famílias endividadas atingiu o maior patamar do ano no mês de agosto, de 79%, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). A proporção de endividados avançou em agosto nas duas faixas de renda, com maior contração de dívidas diretamente com o varejo, por meio de carnês e cartões de lojas.

“A procura pelo crédito direto no varejo pelas famílias de menor renda explica a alta do indicador, uma vez que nos últimos quatro meses o endividamento nos carnês para este grupo cresceu 1,8 pontos percentuais, alcançando 19,8%”, diz o estudo.

Segundo os dados levantados, em 2022, o endividamento direto no varejo aumentou 0,7 ponto percentual entre as famílias com até 10 salários de rendimento mensal, e 3 pontos percentuais entre as famílias consideradas mais ricas.

O público masculino está mais endividado nos carnês (19,5%) do que o feminino (18,8%). A proporção de homens que contrataram crédito direto operado pelo varejo cresceu 2,3 p.p. em um ano, ao passo que caiu 1,1 p.p. entre as mulheres.

Já em relação às famílias que relataram ter dívidas a vencer, decorrentes de cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa, o percentual atingiu 79% do total de lares brasileiros em agosto.

O crescimento da proporção de endividados acelerou na passagem mensal, com crescimento de 1 ponto percentual. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados apontou alta de 6,1 p.p.

Para as famílias com até 10 salários mínimos de rendimentos mensais, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva (+1,1 p.p.) do que entre as famílias de maior renda (+0,9 p.p.).

“A melhora do mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido a renda das famílias nas faixas mais baixas, mas a inflação ainda elevada desafia o poder de compra desses consumidores”, aponta o estudo.

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Aumento do endividamento leva ao aumento da inadimplência

A Peic aponta ainda que a inadimplência cresceu pelo segundo mês consecutivo em agosto. O volume de consumidores que atrasaram o pagamento de contas de consumo e/ou dívidas, alcançando 29,6% do total de famílias no Brasil.

“A segunda alta do indicador é observada após moderação entre abril e junho, como efeito das medidas de injeção de rendas extras (FGTS e antecipação do 13º do INSS)”, diz a pesquisa.

Com isso, a proporção de famílias com atraso em contas ou dívidas avançou 0,6 ponto percentual, no mês, e 4 p.p. no período de um ano.

Do total de inadimplentes, 10,8% afirmaram que não terão condições de pagar contas e/ou dívidas já atrasadas, permanecendo na inadimplência.

Segundo a Peic, a alta do volume de famílias com contas atrasadas ocorreu nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda, mostrando os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos.

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