Toshiba altera indicados para conselho de administração e crise se aprofunda
A Toshiba, que enfrenta uma crise cada vez maior de governança, anunciou neste domingo que vai mudar seus indicados ao conselho para uma reunião de acionistas que acontecerá em breve, com a saída de dois atuais membros.
A mudança segue uma investigação que descobriu que a empresa conspirou com o governo japonês para pressionar investidores estrangeiros, o que seu segundo maior acionista classificou como o maior escândalo de governança corporativa na última década.
O relatório foi encomendado por acionistas, que aprovaram em março uma investigação independente sobre alegações de que investidores teriam sido pressionados pela empresa.
O diretor do comitê de auditoria Junji Ota e o membro do comitê de auditoria Takashi Yamauchi irão se aposentar como diretores de conselho, disse a empresa em nota, após uma reunião emergencial do conselho que durou quatro horas.
O comitê de auditoria da Toshiba tem sido examinado após a investigação alegar que o comitê fracassou em agir mesmo quando soube da tentativa da Toshiba de prevenir que acionistas exercessem seus direitos.
A Toshiba também disse que dois executivos, Masayasu Toyohara e Masaharu Kamo, deixarão a empresa neste mês.
O relatório alega que os dois recorreram ao Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão buscando apoio antes da reunião anual geral da Toshiba, em julho do ano passado.
Na nota, a Toshiba disse que “vai agir para identificar a causa raiz sem atrasos, de maneira objetiva e transparente, incluindo com a participação de terceiros”.
O conselho, especialmente o diretor Osamu Nagayama, deve continuar a enfrentar repercussões antes da reunião anual de acionistas no dia 25 de junho.
Mais cedo, a 3D Investment Partners, segunda maior acionista da Toshiba, escreveu uma carta ao presidente e a três membros do comitê de auditoria pedindo pela renúncia imediata deles.
A carta descreve Nagayama como “o responsável pelos recentes fracassos de governança da Toshiba, incluindo investigação interna falha e a determinação do conselho para se opor a uma investigação independente e externa”.