Tombo em NY ofusca ânimo com juro menor e Ibovespa fecha em queda
O Ibovespa fechou em queda de 0,25% nesta quinta-feira (22), aos 84.767 pontos, refletindo o tombo dos mercados internacionais mediante temores realçados de guerra tarifária. O mau humor externo acabou ofuscando a alta de ações de varejistas e administradoras de shoppings, setores dentre os mais favorecidos pela queda nos juros. Na véspera, o Banco Central indicou novo corte na Selic em maio depois de reduzir a taxa para 6,50% ao ano.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a China rouba a propriedade intelectual americana e impôs tarifas retaliatórias de US$ 60 bilhões. Em Wall Street, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram 2,93%, 2,52% e 2,43%, respectivamente. No mercado de câmbio, o dólar avançou 1,27% frente ao real, a R$ 3,3099 na venda.
A respeito do Brasil, o representante de comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthuzer, anunciou durante audiência no Congresso americano que o país irá suspender a tarifa para a importação do aço e alumínio do Brasil e de outros importantes aliados, enquanto os países negociam uma política específica, podendo levar a uma isenção definitiva.
Investidores também monitoravam de perto o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo impetrado pela defesa de Lula no Supremo Tribunal Federal (STF), de modo a evitar a prisão do ex-presidente após o julgamento de todos os recursos em segunda instância.
Na contramão do principal índice da B3, as ações de BR Malls (BRML3) (+4,35%), Lojas Americanas (LAME4) (+3,11%), Iguatemi (IGTA3) (+2,53%) e Ecorodovias (ECOR3) (+2,36%) se destacaram na ponta positiva do pregão em meio à perspectiva de continuidade do ciclo de queda da taxa básica de juros no Brasil.
Na quarta-feira (21), depois do fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta, levando-a para nova mínima histórica de 6,5% ao ano, e sinalizou que fará mais uma redução da Selic em maio antes de encerrar o ciclo de afrouxamento monetário.
“Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional. O Comitê julga que este estímulo adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas”, afirmou o Copom em comunicado.