Tom Cruise: Mais de 40 anos de carreira e na corrida pelo maior cachê
Estrelando a sequência de “Top Gun”, Tom Cruise emplaca mais um sucesso na sua carreira que ultrapassa a marca de 40 anos. Mas o recheado currículo do astro pode ganhar outro feito: o novo recorde para o maior pagamento de todos os tempos para um ator.
Com vendas globais de ingressos de mais de US$ 280 milhões (R$ 1,34 bilhão) em apenas três dias, a esperada continuação do clássico longa de 1986 “Top Gun: Maverick”, atrasada devido à pandemia da Covid-19, leva novamente as pessoas para o cinema.
O clássico dos anos 80 foi responsável por transformar o Tom Cruise no astro que é hoje. Agora, a continuação leva o ator em uma rota para o que parecia impossível: estabelecer um novo recorde para o maior cachê já pago.
A sequência e o recorde
A continuação do “Top Gun: Ases Indomáveis” já é a maior bilheteria de fim de semana de estreia na carreira do ator e, se continuar em voos altos, pode lhe render mais de US$ 100 milhões (R$ 480 milhões), como divulgado pela Puck News. Resultado que ninguém chegou com um único filme desde o início das guerras de streaming.
Os números de Cruise superaram os de outros grandes astros consagrados no cinema. O resultado é melhor que o obtido por Keanu Reeves.
Reeves aparentemente arrecadou mais de US$ 83 milhões (R$ 398 milhões) para cada filme da série “Matrix”, que estreou em 1999, e arrecadou um total de US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) em ganhos em uma bilheteria combinada de US$ 1,6 bilhão (R$ 7,68 bilhões), como trouxe a Forbes.
Esse duelo de gigantes ainda conta com Will Smith, recém-ganhador do Oscar de melhor ator pelo filme “King Richard: Criando Campeãs”, que detém o recorde de melhor cachê de um único filme.
Supostamente, segundo a Forbes, Smith teria levando para casa US$ 100 milhões (R$ 480 milhões) pelo terceiro filme da saga “Homens de Preto”, que arrecadou US$ 624 milhões (R$ 2,99 bilhões) em todo o mundo.
O salário de Tom Cruise
O ator de 59 anos é muitas vezes referido como uma das últimas verdadeiras estrelas de cinema de Hollywood.
Hoje ele é uma raridade por ainda ter o primeiro dólar bruto no back-end de um filme, um tipo de acordo lucrativo, antes comum para estrelas da lista A, que foi abandonado quando os serviços de streaming chegaram. Simplificando, Cruise é pago antes do estúdio.
Esse acordo é uma anomalia em meio ao pagamento inicial mais típico para filmes apenas para streaming, ou back-ends menores, pagos depois que o estúdio faz o orçamento de um lançamento de volta.
Segundo a Forbes, Cruise recebeu US$ 12,5 milhões (R$ 60 milhões) em pagamento adiantado por “Top Gun” e recebe mais de 10% do primeiro dólar bruto, baseado no dinheiro que o estúdio responsável pelo filme, a Paramount, recebe depois que os cinemas recebem sua parte, normalmente em torno de 50%.
O acordo provavelmente pagou ao astro mais de US$ 30 milhões (R$ 144,14 milhões) até o momento, com a possibilidade de US$ 90 milhões (R$ 432,43 milhões) necessários para cruzar a linha de nove dígitos se “Top Gun” continuar enchendo os cinemas antes de ser vendido para telas secundárias, como companhias aéreas, uso doméstico e redes de TV internacionais e também ao streaming.
Feito histórico na carreira e o fantasma do streaming
Realmente não é para qualquer um. Em apenas três dias, Cruise fez 40% do total de US$ 75 milhões (R$ 360,17 milhões) feitos em 2012 para a quarta parte da franquia “Missão: Impossível”, que (até agora) segue como sua maior receita de um único projeto.
Essa realidade pode ser comum para nomes como Cruise e Reeves, mas, com o advento e a popularidade dos filmes dos serviços de streaming, os ganhos dos atores foram impactados.
O maior pagamento conhecido no streaming foi o acordo de US$ 100 milhões (R$ 480,23 milhões) da Netflix (NFLX) com o eterno 007 Daniel Craig para duas sequências de “Knives Out”, que no Brasil foi chamado de “Entre Facas e Segredos”, de 2019, efetivamente pagando a ele US$ 50 milhões (R$ 240,11) para cada filme.
Outro conhecido ator o Dwayne “The Rock” Johnson supostamente arrecadou US$ 50 milhões (R$ 240,11 milhões) para o próximo “Red One” filme natalino da Amazon (AMZN), enquanto o papel que rendeu o Oscar para Smith lhe pagou US$ 40 milhões (R$ 192,11 milhões).
Não ‘tá’ fácil para ninguém
Para os serviços de streaming os ganhos também são diferentes, funcionando em montantes fixos com a intenção de compensar o pagamento de back-end perdido de um ator, já que plataformas como a Netflix não ganham com a vendas de ingressos para títulos individuais de suas bibliotecas.
No entanto, é tempo de vacas magras para os streamers que provavelmente hesitarão em relação a grandes pagamentos.
“Com a Netflix valendo um terço do que valia há dois meses, eles estão realmente recebendo o valor de pagar US$ 250 milhões (R$ 1,20 bilhão) por trabalhos que vão direto para a Netflix?, questiona o advogado consultado pela Forbes. “Se o preço das ações não vai subir o tempo todo, então eles não podem gastar em conteúdo”, afirmou.
“Top Gun” pode ser a esperança de um final feliz para o cinema. E, quem achava que só os filmes de super-heróis eram capazes de movimentarem consideravelmente as bilheterias pode voltar a ter esperança.
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