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Todos os homens do (agro) presidente. Os 7 maiores doadores, do R$ 1,2 mi aos R$ 500 mil

28 out 2022, 14:16 - atualizado em 28 out 2022, 19:19
Agronegócio
Dos sete financiadores do agro de Bolsonaro, seis da soja (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

Os maiores doadores do agronegócio à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) reúnem um bilionário e outros milionários, com um perfil básico de produtores de soja e de sulistas com base produtiva no Centro-Oeste e Norte.

A exceção é um natural do Mato Grosso e pecuarista.

Na lista dos 19 principais financiadores à reeleição do presidente, os homens do agro do presidente, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são sete.

Somados, doaram R$ 5,4 milhões, até a última atualização do TSE (veja tabela abaixo).

Vale destacar que o maior bilionário do agronegócio brasileiro, e maior financiador de campanhas em 2022, a exemplo de 2018, o controlador da Cosan, Rubens Ometto, não aparece na lista de doadores ao presidente Jair Bolsonaro, nem ao candidato do PT.

Seus quase R$ 9 milhões foram apenas para partidos (Republicanos, PSD e PP, principais), candidatos a governador e deputados. Fora o solitário petista paulista, Carlos Zaratinni, todos os apoiados são de direita ou centro-direita, quase todos ligados ao grupo político de Bolsonaro.

DOADOR VALOR (R$)
Fabiano Campo Zettel 3.000.000
Jose Salim Mattar Junior 1.800.000
Hugo de Cavalho Ribeiro 1.200.000
Luciano Habg 1.022.000
Alexandre Grendene Bartelle 1.000.000
Cornelio Adriano Sanders 1.000.000
Oscar Luiz Cervi 1.000.000
Pedro Grendene Bartelle 1.000.000
Jorge Eduardo Beira 750.000
Ralph Gustavo Rosenberg Whitaker Carneiro 650.000
Antonio Claudio Brandao Resende 600.000
Darsi Fritzen 600.000
Flavio Brandão Resende 600.000
Odilio Balbinotti Filho 600.000
Nelson Piquet Souto Maior 501.000
Ricardo Carvalho Nascimento 501.000
Vinicius Camargos Nogueira 500.001
Atilio Elias Rovaris 500.000
Celso Gomes dos Santos 500.000

O principal cedente à reeleição entre os ruralistas, em 3º na lista geral, de certa forma dividiu a família Maggi, do ex-ministro Blairo Maggi. É o único bilionário do grupo, o paranaense Hugo de Carvalho Ribeiro, cunhado de Maggi, e acionista da Amaggi, que vai da soja ao algodão, logística e energia.

Comandante do braço trading do grupo, doou R$ 1,2 milhão. O principal herdeiro familiar, Blairo, não revelou seu candidato, mas todos no setor sabem que ele não nutre simpatia alguma pelo atual presidente e segue Michel Temer, a quem serviu como ministro do Mapa, em ‘neutralidade’ pró-Lula.

O gaúcho Oscar Luiz Cervi é outra pessoa física de quatro costados da soja, milho e algodão, baseado no Mato Grosso Sul. Ele divide a quinta posição geral com outros três doadores de R$ 1 milhão. Bastante low profile, sem aparecer, já recebeu entre os governos Dilma Rousseff e Michel Temer R$ 14 milhões, apenas em seu CPF, em subvenções da Conab.

Ruidoso e mercurial

Fora os irmãos Pedro e Alexandre Grendene, donos das indústrias de calçados, ainda com R$ 1 milhão surge Cornélio Sanders, outro sulista. Presença marcante no Piauí e outros estados do Matopiba, foi um dos desbravadores dessas fronteiras agrícolas.

Ele atende por Grupo Progresso, antes, no início, como Fazenda Progresso.

Na turma dos R$ 600 mil, que corresponde ao 8º no grupo completo entre os maiores financiadores PF do presidente, um dos nomes do agro entre os quatro é Odílio Balbinotti Filho.

Esse é mais ruidoso, tanto quanto foi seu pai, ex-deputado por quatro mandatos pelo Paraná. É presidente do Grupo Attos, com o negócio de sementes entre o principal, que se estende do Mato Grosso ao Paraná, e chegou a jogar seu nome a candidato a governador pelo MT em 2021, para ver se o núcleo político do presidente o adotava.

Não teve sucesso, mas não abandonou o hoje candidato a permanecer no Planalto de 2023 a 2026.

Nessa tocada de R$ 600 mil, Darsi Fritzen é o patriarca, também nascido no Paraná, da família que começou como Fazenda Alvorada e hoje é Agro Fritzen, a partir de suas plantações que se estendem do Piauí a outras paragens.

No ranking das 19 pessoas físicas que mais engordaram o caixa de campanha do presidente, disparadamente o maio arrecadador de recursos particulares, na ponta de final, com R$ 500 mil, são dois.

Um é a exceção, pois é natural do Centro-Oeste e só cria boi no Norte do estado do Mato Grosso. Celso Gomes do Santos é nome reconhecido no meio, considerado espalhafatoso e bastante mercurial, daí, possivelmente, seu apelido Celso Bala.

Fecha-se a lista com Atílio Rovaris, outro da soja, herdeiro do grupo GVR, outro de família migrante do Sul, fundeada hoje em Sorriso. Claro, no Mato Grosso.

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