Todos os homens do (agro) presidente. Os 7 maiores doadores, do R$ 1,2 mi aos R$ 500 mil
Os maiores doadores do agronegócio à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) reúnem um bilionário e outros milionários, com um perfil básico de produtores de soja e de sulistas com base produtiva no Centro-Oeste e Norte.
A exceção é um natural do Mato Grosso e pecuarista.
Na lista dos 19 principais financiadores à reeleição do presidente, os homens do agro do presidente, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são sete.
Somados, doaram R$ 5,4 milhões, até a última atualização do TSE (veja tabela abaixo).
Vale destacar que o maior bilionário do agronegócio brasileiro, e maior financiador de campanhas em 2022, a exemplo de 2018, o controlador da Cosan, Rubens Ometto, não aparece na lista de doadores ao presidente Jair Bolsonaro, nem ao candidato do PT.
Seus quase R$ 9 milhões foram apenas para partidos (Republicanos, PSD e PP, principais), candidatos a governador e deputados. Fora o solitário petista paulista, Carlos Zaratinni, todos os apoiados são de direita ou centro-direita, quase todos ligados ao grupo político de Bolsonaro.
DOADOR | VALOR (R$) |
---|---|
Fabiano Campo Zettel | 3.000.000 |
Jose Salim Mattar Junior | 1.800.000 |
Hugo de Cavalho Ribeiro | 1.200.000 |
Luciano Habg | 1.022.000 |
Alexandre Grendene Bartelle | 1.000.000 |
Cornelio Adriano Sanders | 1.000.000 |
Oscar Luiz Cervi | 1.000.000 |
Pedro Grendene Bartelle | 1.000.000 |
Jorge Eduardo Beira | 750.000 |
Ralph Gustavo Rosenberg Whitaker Carneiro | 650.000 |
Antonio Claudio Brandao Resende | 600.000 |
Darsi Fritzen | 600.000 |
Flavio Brandão Resende | 600.000 |
Odilio Balbinotti Filho | 600.000 |
Nelson Piquet Souto Maior | 501.000 |
Ricardo Carvalho Nascimento | 501.000 |
Vinicius Camargos Nogueira | 500.001 |
Atilio Elias Rovaris | 500.000 |
Celso Gomes dos Santos | 500.000 |
O principal cedente à reeleição entre os ruralistas, em 3º na lista geral, de certa forma dividiu a família Maggi, do ex-ministro Blairo Maggi. É o único bilionário do grupo, o paranaense Hugo de Carvalho Ribeiro, cunhado de Maggi, e acionista da Amaggi, que vai da soja ao algodão, logística e energia.
Comandante do braço trading do grupo, doou R$ 1,2 milhão. O principal herdeiro familiar, Blairo, não revelou seu candidato, mas todos no setor sabem que ele não nutre simpatia alguma pelo atual presidente e segue Michel Temer, a quem serviu como ministro do Mapa, em ‘neutralidade’ pró-Lula.
O gaúcho Oscar Luiz Cervi é outra pessoa física de quatro costados da soja, milho e algodão, baseado no Mato Grosso Sul. Ele divide a quinta posição geral com outros três doadores de R$ 1 milhão. Bastante low profile, sem aparecer, já recebeu entre os governos Dilma Rousseff e Michel Temer R$ 14 milhões, apenas em seu CPF, em subvenções da Conab.
Ruidoso e mercurial
Fora os irmãos Pedro e Alexandre Grendene, donos das indústrias de calçados, ainda com R$ 1 milhão surge Cornélio Sanders, outro sulista. Presença marcante no Piauí e outros estados do Matopiba, foi um dos desbravadores dessas fronteiras agrícolas.
Ele atende por Grupo Progresso, antes, no início, como Fazenda Progresso.
Na turma dos R$ 600 mil, que corresponde ao 8º no grupo completo entre os maiores financiadores PF do presidente, um dos nomes do agro entre os quatro é Odílio Balbinotti Filho.
Esse é mais ruidoso, tanto quanto foi seu pai, ex-deputado por quatro mandatos pelo Paraná. É presidente do Grupo Attos, com o negócio de sementes entre o principal, que se estende do Mato Grosso ao Paraná, e chegou a jogar seu nome a candidato a governador pelo MT em 2021, para ver se o núcleo político do presidente o adotava.
Não teve sucesso, mas não abandonou o hoje candidato a permanecer no Planalto de 2023 a 2026.
Nessa tocada de R$ 600 mil, Darsi Fritzen é o patriarca, também nascido no Paraná, da família que começou como Fazenda Alvorada e hoje é Agro Fritzen, a partir de suas plantações que se estendem do Piauí a outras paragens.
No ranking das 19 pessoas físicas que mais engordaram o caixa de campanha do presidente, disparadamente o maio arrecadador de recursos particulares, na ponta de final, com R$ 500 mil, são dois.
Um é a exceção, pois é natural do Centro-Oeste e só cria boi no Norte do estado do Mato Grosso. Celso Gomes do Santos é nome reconhecido no meio, considerado espalhafatoso e bastante mercurial, daí, possivelmente, seu apelido Celso Bala.
Fecha-se a lista com Atílio Rovaris, outro da soja, herdeiro do grupo GVR, outro de família migrante do Sul, fundeada hoje em Sorriso. Claro, no Mato Grosso.
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