‘Todo mundo entendeu que FIDC é um bom investimento’, diz gestor de crédito da Solis Investimentos
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) vêm ganhando espaço no mercado de capitais brasileiro. Em janeiro de 2025, o segmento superou os fundos de ações em volume de patrimônio líquido, segundo o levantamento da Associação Brasileira Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
“Todo mundo entendeu que FIDC é um bom investimento. Os investidores têm entendido a dinâmica, assim como os próprios tomadores, que precisam do recurso. O produto se tornou mais barato, ao mesmo tempo que a evolução regulatória deu segurança”, disse Delano Macêdo, sócio e diretor responsável pela área de crédito da Solis Investimentos.
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A fala foi feita durante o evento BTG Summit, que aconteceu em São Paulo, nesta quarta-feira (12). Participaram também do painel sobre crédito privado Ricardo Espindola, gestor de crédito privado da Porto Asset, e Luciano Juaçaba, sócio do BTG Pactual, que moderou a conversa.
O crescimento do ativo reflete, segundo Macêdo, um movimento de diversificação dos investidores, que buscam alternativas mais rentáveis e seguras em um cenário de juros ainda elevados e incertezas no mercado acionário. “Há cinco anos, ele representava 2,8% da indústria de fundos, hoje representa 6,5%”, destacou em sua fala.
Em sua visão, a modernização do setor e a maior transparência nas operações também contribuíram para o aumento da demanda por FIDCs. As novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ajudaram a reduzir riscos e facilitaram o acesso de investidores institucionais a esse tipo de ativo.
Com um mercado em expansão, o especialista aponta que os FIDCs devem seguir crescendo nos próximos anos, consolidando-se como uma “peça-chave” no financiamento empresarial e na alocação estratégica de grandes investidores.
Espindola defende que essa novas normas não beneficiaram somente os FIDCs como os setor de crédito privado como um todo, o que fez com que surgissem diversas gestoras independes, com produtos mais sofisticados e mais competitivos.
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Desta forma, o mercado de capitais tem ganho mais espaço entre as empresas tomadoras de crédito, ao passo em que os bancos também estão reduzindo sua carteira.
“Hoje, 76% do crédito do Brasil está no mercado bancário e 24% no mercado de capitais. No mundo inteiro moderno é o inverso. Então, nós temos um espaço enorme na nossa visão de que tem um caminho longo pela frente, não só pelos juros mais altos que chamam a atenção do investidor, mas o crédito como um todo”, avaliou Juaçaba.
Para os especialistas, estímulo para que esse aumento no mercado capitais aconteça não falta. Eles citam para isso a agenda descentralizadora do Banco Central com incentivos às fintechs, ampliação da distribuição de produtos para os investidores feita pela CVM e, inclusive, ajustes nas normas tributárias.