Tesouro Nacional

Títulos públicos tem maior resgate antes do vencimento desde 2020; Investir neles ainda vale a pena?

30 jan 2024, 12:03 - atualizado em 30 jan 2024, 12:03
tesouro direto em 2023
Títulos públicos: Os resgates se devem, principalmente, pelos cortes da Selic no ano. (Imagem: Brenda Rocha/Blossom/Shutterstock)

O Ministério da Fazenda registrou em 2023 um aumento na quantia em dinheiro de recompras do Tesouro Direto. Segundo os dados, foram R$ 28,8 bilhões retirados antes mesmo do vencimento dos títulos, sendo assim, um aumento de 13,2% na comparação anual.

Esta é a maior quantia de resgates desde 2020, ano que se deu o início da pandemia. Naquele ano, o Banco Central havia cortado os juros drasticamente na tentativa de movimentar a economia.

Além de maiores retiradas, os investidores também compraram menos títulos neste período. Apesar de um número ligeiramente maior, com 5% de aumento de 2022 para 2023, o crescimento de 2021 para 2022 foi de 22,8% quatro vezes maior.

O investidor perdeu o interesse na renda fixa?

Segundo a economista especialista em mercado de capitais, Ariane Benedito, o movimento se deve ao início dos cortes nos juros em agosto de 2023 e às expectativas de queda da inflação. No último Relatório Focus, os economistas reduziram as projeções e as apostas são de que o ano fechará com a inflação em 3,81%.

Diante disso, a queda e a saída dos investidores em títulos IPCA+ são justificadas por uma preferência em outros mercados que se beneficiam mais com uma inflação menor, como é o casa das empresas listadas no bolsa.

A economista ressalta que os títulos pós-fixados neste cenário perdem a atratividade.

“Essa demanda de encerramento de posição em pós-fixados é principalmente para que os investidores busquem alternativas mais rentáveis para esse período e aproveitar o cenário macroeconômico que é favorável para os setores de investimentos mais ligados à produção e não a variáveis econômicas, de inflação e juros”, explica.

O também economista e especialista em investimentos, Gustavo Araújo, entende que os prefixados se valorizaram neste período pelo mesmo motivo.

Por mais que o crescimento tenha sido menor, Araújo explica que os investimentos ligado aos juros vão continuar positivos se observado o relatório Focus, que indica que continuará em um patamar relativamente alto, o que pode fazer as taxas chegarem a um juros de aproximadamente 9,25% ao ano.

Veja a baixo como foi o ano de 2023 para os títulos públicos

  • Títulos Selic – cresceram 16,6%
  • Títulos IPCA+ – queda de 29,5%
  • Títulos IPCA+ com juros semestrais – queda de 25%
  • Títulos Prefixados – crescimento de R$ 6,4%
  • Títulos Prefixado com juros semestrais – crescimento de 6,4%

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