Títulos públicos de países emergentes são a vacina do UBS contra o coronavírus
Na maioria dos relatórios publicados nas últimas semanas, os analistas quebraram a cabeça para encontrar as ações mais resistentes à pandemia do coronavírus.
Eis que, na contramão dessa tendência, o UBS faz uma recomendação eloquente: se você quer mesmo um ativo blindado contra o vírus, esqueça as ações e invista em títulos públicos de países emergentes.
“Os títulos soberanos de emergentes parecem a classe de ativos mais atraente no universo de crédito, em nossa opinião”, afirma Mark Haefele, o chefe global do UBS para gestão de patrimônio.
No relatório distribuído a clientes, Haefele afirma que o banco suíço passou de exposição acima da média (overweight) em ações de empresas emergentes para exposição acima da média em bonds de governos emergentes.
O argumento do gestor é que esses ativos estão perto de precificar toda a queda causada pelo coronavírus, o que abre um “ponto de entrada historicamente atrativo”.
Ele observa que, desde o início do ano, os spreads dos títulos emergentes saltaram de 290 pontos-base (2,9%) para mais de 600 pontos-base (6%).
O UBS acrescenta que, desde 2000, houve 52 meses em que os spreads dos títulos emergentes superaram 500 pontos-base. “Nos 12 meses subsequentes, o retorno total foi positivo em todos os casos, com a mediana de retorno em 13%”, afirma Haefele.