Economia

Títulos longos do Tesouro corrigidos pela inflação registram ganhos de 21% no 1º semestre, diz Anbima

10 jul 2019, 14:21 - atualizado em 27 set 2019, 13:33
A explicação para essa rentabilidade é a redução da taxa de juros, que valoriza os papéis antigos em circulação no mercado, que pagam juros maiores

Por Arena do Pavini

Os títulos públicos federais de longo prazo tiveram as melhores rentabilidades do primeiro semestre. De acordo com o Boletim de Renda Fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o IMA-B5+, índice que reflete o retorno médio das carteiras de NTN-Bs (agora conhecidas como Tesouro IPCA+ no site do Tesouro Direto) acima de cinco anos, teve valorização de 21,12% entre janeiro e junho.

O resultado é o maior para o período desde 2007. O IMA-B5+ acompanha todas as NTN-Bs do Tesouro de todos os vencimentos em circulação no mercado com prazo superior a 5 anos.

A explicação para essa rentabilidade é a redução da taxa de juros, que valoriza os papéis antigos em circulação no mercado, que pagam juros maiores. Quando os juros caem, os preços dos papéis sobem, e vice-versa.

Os demais indicadores que acompanham os papéis de longo prazo, como o IRF-M1+, formado pelos títulos prefixados acima de um ano, e o IMA-B5, que reproduz carteiras de NTN-Bs até cinco anos, tiveram rentabilidades médias de 8,35% e 7,28%, respectivamente.

“As expectativas para a aprovação da reforma da previdência e para um novo corte na Selic têm refletido nos preços dos ativos este ano, principalmente nos de longo prazo, que são mais sensíveis à atividade fiscal”, afirma Hilton Notini, gerente de Preços e Índices da ANBIMA.

Entre os índices de prazos menores, o IRF-M1, que reflete os papéis até um ano, teve retorno de 3,32%, enquanto o IMA-S, que acompanha os títulos pós-fixados, registrou ganhos de 3,08%. Já o IMA-Geral, que aponta a rentabilidade média de todos os indicadores, apresentou alta de 7,9% entre janeiro e junho deste ano.

A procura maior dos investidores por ativos de renda fixa impactou a rentabilidade dos ativos corporativos no primeiro semestre. O IDA-IPCA Infraestrutura, índice que acompanha as debêntures indexadas ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e destinadas a projetos de infraestrutura, obteve retornos de 9,87% no período. Já o IDA-IPCA ex-Infraestrutura, que reflete as demais debêntures, teve rentabilidade de 8,07%.

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