Títulos italianos sofrem liquidação com dúvidas sobre novo mecanismo de compra de dívida
A Itália liderou uma venda de títulos do sul da Europa nesta quinta-feira, depois que o Banco Central Europeu (BCE) promoveu seu primeiro aumento da taxa de juros desde 2011, mas deixou alguns no mercado decepcionados com o anúncio de uma nova ferramenta para conter o estresse do mercado de dívida.
Os rendimentos dos títulos italianos, já sob pressão ascendente após o colapso do governo de Mario Draghi e o espectro de eleições antecipadas, subiram ainda mais, empurrando brevemente a diferença sobre os yields dos títulos alemães de primeira linha para quase 250 pontos-base.
O BCE elevou sua taxa de depósito para 0%, quebrando sua própria orientação de um movimento de 25 pontos-base ao se juntar a pares globais no aumento dos custos de empréstimos e no fim de um experimento de oito anos com taxas de juros negativas.
O BCE também anunciou uma nova ferramenta, o TPI, dizendo que compraria títulos de países que sofram disparada nos custos de empréstimos sem culpa própria, desde que seguissem uma política econômica sólida.
Analistas disseram ser difícil definir em que investidores estão se concentrando, mas citaram a falta de detalhes e condicionalidades como possíveis razões por trás da venda de títulos italianos.
“Não tivemos muita transparência, e isso não ajuda”, disse Marchel Alexandrovich, economista para a Europa da Saltmarsh Economics em Londres.
Os rendimentos dos títulos de dez anos da Itália subiram para um pico de um mês em 3,75% antes de recuarem para cerca de 3,60% ao fim das negociações –ainda em alta de cerca de 12 pontos-base no dia.
O spread observado sobre os rendimentos dos títulos alemães estava em torno de 230 pontos-base, depois de se aproximar da área de 252 pontos-base alcançada pouco antes da reunião de emergência do BCE em junho.
Os rendimentos dos títulos gregos de dez anos também subiram cerca de 10 pontos-base, para em torno de 3,59%.
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