Títulos isentos de IR: Renda fixa com spread de 400 pontos base acima do Tesouro Direto
A renda fixa pode ajudar investidores a se proteger da inflação sem tem que pagar imposto de renda por isso.
Enquanto no Tesouro Direto, títulos públicos indexados à inflação (Tesouro IPCA+) têm cobranças variando entre 22,5% e 15%, o investidor pode optar por papéis isentos no crédito privado.
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Entre os investimentos sem cobrança de IR, estão: CRAs, CRIs, debêntures incentivadas, FI-Infras, LCAs, LCIs e LIGs.
Consequentemente, essa abundância de alternativas faz investidores ficarem na dúvida sobre qual título é o melhor para se proteger da inflação.
Segundo o Itaú BBA, os investimentos de renda fixa isentos de imposto de renda oferecem uma proteção ainda mais eficaz contra a inflação. “Isso porque títulos isentos travam a taxa de juros real (retorno acima da inflação) contratada no momento da compra ou investimento. Já no Tesouro Direto, o juro real pode variar a depender da trajetória da inflação”, explica o banco.
Simulação
Cenário 1: um título oferece uma taxa de IPCA + 7% a.a. (bruta de imposto), e sobre seus rendimentos incide uma alíquota de 15% de Imposto de Renda.
Supondo que a inflação esperada para o período desse investimento seja de 6,0% a.a., a remuneração nominal esperada do título seria de 11,4% a.a. após os impostos (ou 13,42% de remuneração bruta menos 15% de IR).
Consequentemente equivale a uma taxa real líquida (descontada a inflação e após IR) de 5,1% ao ano.
Em outras palavras, investir nesse título tributado a IPCA + 7% a.a. seria o equivalente a escolher um título com isenção fiscal que ofereça uma taxa de IPCA + 5,1% ao ano.
Certamente, considerando a mesma expectativa de 6,0% de inflação para o período do investimento.
A simulação do Itaú BBA considera que os títulos de renda fixa foram mantidos até o vencimento.
Cenário 2: Caso a inflação média ao longo do período tenha aumentado para 10% a.a., acima da expectativa de 6,0% no momento do investimento.
Portanto o mesmo título tributado rendendo IPCA + 7% a.a. ofereceria uma taxa real líquida ainda menor, de 4,6% ao ano.
Por que isto acontece? De forma simplificada, porque o imposto também incide sobre o componente inflacionário do rendimento total do título, e este componente está maior neste segundo exemplo, o que derruba a remuneração real líquida do papel.
Conforme a inflação vai aumentando, o retorno real líquido do título de renda fixa vai caindo. No entanto, títulos isentos de IR mantêm remuneração constante, conferindo proteção completa do patrimônio contra a inflação.
Renda fixa isenta de IR
O Itaú BBA recomenda duas debêntures incentivadas que chegam a ter spread (diferença nas taxas) acima de 400 pontos base na comparação com o rendimento pago por títulos no Tesouro Direto.
Portanto, comparando o quanto o investidor ganhará aplicando nas debêntures ou nos títulos Tesouro IPCA+ de mesmo prazo de vencimento (2023 e 2035), a diferença sobe após a cobrança de imposto no Tesouro Direto.
Emissor | Código | Taxa Indicativa | Spread antes do IR | Spread depois do IR |
---|---|---|---|---|
Equatorial Maranhão | CEMA27 | IPCA + 6,4% | 111 pontos base | 309 pontos base |
Auto Raposo Tavares | CART13 | IPCA + 5,8% | 234 pontos base | 408 pontos base |