Títulos de inflação ou juros? Veja onde investir com projeções de IPCA a 7% e Selic a 13%
A inflação acelerou com força em fevereiro deste ano e veio acima das projeções do mercado.
Segundo divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) elevou a alta a 1,01% em fevereiro, de 0,54% no primeiro mês do ano.
Os brasileiros já acompanham uma escalada do índice desde 2017, quando a inflação fechou em 2,95%. Para 2022, o Citi já projeta o IPCA em 6,7%.
Outro indicador monetário que surfa uma maré de altas é a Selic, a taxa básica de juros da economia. Hoje, o indicador está em 10,75% ao ano e as projeções indicam possíveis elevações.
Uma pesquisa da Reuters mostra que o Banco Central do Brasil deve aumentar o indicador em 1 ponto percentual na reunião de 15 e 16 de março, avaliando uma escalada de seu aperto monetário já agressivo, à medida que os preços globais das commodities alimentam a inflação doméstica.
A Monte Bravo Investimentos espera uma Selic entre 12,75 e 13% ainda este ano. “O governo quer movimentar o Brasil e, com isso, vem o consumo. Entretanto, a inflação está alta, e, para compensar, o remédio é subir de forma expressiva os juros”, explica Rodrigo Franchini, sócio e especialista da Monte Bravo.
Franchini ainda acredita que, se a guerra entre Rússia e Ucrânia perdurar por mais tempo, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve elevar os juros nas próximas três reuniões, a fim de chegar em 13% e controlar a inflação.
Diante de um cenário político e econômico agitado, o mercado já projeta a inflação a 6,7% e a Selic a 13%. Quem sai ganhando nesta situação é a renda fixa.
Mas, afinal, com os juros e a inflação em alta, é uma boa hora para investir em títulos associados a qual deles? Quem vai ganhar esta corrida?
Títulos associados à inflação ou aos juros?
Diante de um cenário apertado tanto para o IPCA quanto para a taxa de juros brasileira, o especialista da Monte Bravo diz que quem ganha a disputa é a inflação .
“Os títulos atrelados à inflação sempre garantem ao investidor um ganho real, rendimento acima da inflação”, ressalta Franchini.
Nos investimento de renda fixa ligados à taxa Selic existem dois caminhos, os pré e pós-fixados.
O especialista explica que, com títulos pré-fixados, o “risco de defasagem é grande”. Isso porque os juros podem subir consideravelmente depois que o investidor fecha o investimento, o que o faz ficar para trás.
Já nos pós-fixados, Franchini diz que o investidor fica nas mãos de “juros muito cíclicos”, que uma hora estão muito altos e outra estão baixos. Dessa forma, é mais difícil garantir um ganho real em relação à inflação.
Por fim, para este momento agitado para a economia brasileira, Franchini recomenda investir no IPCA +.
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