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TIM, Vivo ou Oi: qual ação se dará melhor (de fato) com a venda da Oi Móvel?

20 jul 2020, 15:41 - atualizado em 20 jul 2020, 15:41
Stande da Oi OIBR3 na CCXP 2019
Super-resgate: venda da Oi Móvel é estratégica para empresa sair da recuperação judicial (Imagem: Facebook/ Oi)

A tão esperada formalização de uma proposta para a venda da Oi Móvel impulsiona os papéis das operadoras de telefonia listadas na B3 nesta segunda-feira (20). Como se sabe, no sábado, um consórcio composto pela TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro apresentou, oficialmente, uma oferta pela divisão de telefonia celular da Oi (OIBR3).

Embora as empresas não tenham fornecido nenhum valor nos comunicados publicados no fim de semana, os analistas avaliam o negócio em, pelo menos, R$ 15 bilhões. Mas, à medida que este primeiro dia de pregão pós-anúncio avança, os analistas começam a avaliar, com mais calma, quais empresas lucrarão mais com a transação.

O Credit Suisse, por exemplo, soltou um extenso relatório sobre o assunto, obtido pelo Money Times e assinado por Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba. A avaliação geral do banco suíço é bastante positiva, por considerar que o negócio será um forte gerador de valor para todos os envolvidos.

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“A consolidação do mercado de telefonia móvel, bem como a emergência de empresas de infraestrutura, tem o potencial de transformar a indústria de telecomunicações do Brasil para melhor, e conduzir a retornos mais altos e taxas de crescimento mais aceleradas”, afirmam os analistas.

Entre as vantagens da transação, estariam as sinergias existentes, a racionalização da política de preços praticada pelas companhias, o aproveitamento de créditos fiscais e uma melhor estrutura de capital, com custos médios de capital menores.

Mas, quanto, efetivamente, cada companhia ganhará com o acordo, caso seja concretizado? E como isso mexerá com as ações de cada uma? Eis o que os analistas do Credit Suisse disseram sobre o tema, no relatório enviado aos clientes nesta segunda-feira.

TIM (TIMP3)

A TIM é considerada, de longe, a operadora que mais ganhará com a aquisição de uma fatia da Oi Móvel, segundo o Credit Suisse, que elevou seu preço-alvo de R$ 17 para R$ 20, no cenário básico, apenas devido ao anúncio da oferta.

Faminta: a TIM ficará com a maior parte dos clientes e das frequências da Oi (Imagem: Facebook/TIM)

Mas a efetivação do negócio deve acrescentar mais R$ 6 de valor à ação. Por isso, no melhor cenário (aquele em que a venda é concluída e todas as sinergias sejam exploradas), o preço justo da ação seria de R$ 26 – o que representa um salto potencial de 64% sobre os R$ 15,83 com que fechou a sexta-feira.

O banco estima que a TIM ficará com a maior fatia da Oi Móvel, isto é, 60% de seu espectro de frequências e 54% de seus clientes. A recomendação do Credit Suisse para as ações é outperform, isto é, desempenho esperado acima da média do mercado.

Vivo (VIVT4)

Valor agregado: a conclusão da compra da Oi Móvel elevaria valor justo da ação em R$ 4 (Imagem: Linkedin/Vivo)

A Vivo será a segunda maior beneficiada pelo acordo. O banco suíço estima que a operadora ficará com 30% do espectro e com 24% dos clientes da Oi Móvel. Assim como a TIM, a companhia teve seu preço-alvo elevado de R$ 57 para R$ 61, por causa do avanço na negociação.

Mas, se ele se transformar em realidade, poderá acrescentar outros R$ 4 ao valor do papel. Assim, no melhor cenário traçado pelo Credit Suisse, o preço justo da Vivo seria de R$ 65, o que implica uma alta potencial de 29% sobre os R$ 50,39 com que fechou a sexta-feira (17).

Oi (OIBR3)

O Credit Suisse não se estendeu muito sobre o impacto da venda na Oi – a ponto de, sequer, acrescentar um relatório específico sobre a companhia, no conjunto de análises que enviou aos clientes, que incluiu textos específicos para a TIM e a Vivo.

De qualquer modo, no fim do relatório, o banco informa que o preço-alvo da Oi é de apenas R$ 0,50. Se o negócio vingar, os analistas calculam que agregue R$ 1 ao valor justo do papel, que passaria a R$ 1,50. Considerando-se que, na sexta-feira, ele fechou cotado a R$ 1,21, isso implica uma alta potencial de 24%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.