TIM vai desbloquear valor com parcerias estratégicas, mas não agora
As parcerias da TIM (TIMS3) são estratégicas e, sem sombra de dúvida, boas opções para a companhia desbloquear valor no futuro, afirmou o Safra. No curto prazo, o banco acredita que o principal gatilho para a empresa continua sendo a consolidação do mercado de telefonia móvel.
O Safra reiterou a compra da ação da operadora de telecomunicações, bem como o preço-alvo de R$ 19, após ela anunciar que passaria a oferecer em seus canais de vendas cursos EAD (ensino a distância) aos mais de 50 milhões de usuários.
A novidade é fruto de uma parceria com a Aesapar, subsidiária da Cogna (COGN3). Ao todo, serão ofertados 250 cursos de graduação e pós-graduação e mais de 400 cursos livres e flexíveis sob a marca Ampli, edtech criada pela Cogna há aproximadamente um ano.
O acordo ainda prevê que a TIM poderá se tornar acionista minoritária da sociedade Ampli, podendo deter participação de até 30% do capital da empresa, se atingir determinadas metas e condições precedentes estabelecidas em contrato.
As sinergias dessa parceria parecem óbvias, na opinião do Safra.
“Um dos diferenciais da Ampli é oferecer seus cursos via aplicativo. E a TIM disponibilizará esses cursos a todos os consumidores que usam o pacote mínimo de consumo de dados. Assim, a TIM vai quebrar a maior barreira para a disseminação da educação online fora do ambiente wi-fi, que é o consumo de dados”, explicaram Luis F. Azevedo e Silvio Dória, analistas do banco, em relatório obtido pelo Money Times.
Apesar de considerar o negócio acretivo, o banco destacou que essa nova parceria não deve desbloquear tanto valor para a TIM como o C6 Bank, visto que o mercado endereçável da Ampli é menor que o do C6.
“Se assumirmos que a Ampli pode chegar a 250 mil estudantes com um valuation de edtech de US$ 400 por estudante, a companhia poderia alcançar um valuation de US$ 100 milhões, ou R$ 500 milhões. Se a TIM tiver 30% de participação na companhia, essa parceria poderia representar 0,5% do atual market cap da TIM (a fatia de 1,4% da TIM no C6 já representa 1,3% do market cap da TIM, e continua crescendo)”, afirmaram os analistas.
A TIM deve procurar oportunidades em outros mercados, como os de saúde, entretenimento e energia.