TIM (TIMS3) tem lucro 11% maior e dividendos bilionários, mas ação cai; oportunidade?
As ações da TIM (TIMS3) operaram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (5) desde o início do pregão.
TIMS3 terminou a sessão com baixa de 3,93%, a R$ 16,13. Acompanhe o Tempo Real.
Os investidores repercutem o balanço do terceiro trimestre da operadora de telefonia divulgado ontem (4) depois do fechamento do mercado.
A TIM reportou o lucro líquido normalizado de R$ 805 milhões entre julho e setembro, crescimento de 11,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Também acima das expectativas. Os analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$ 777,2 milhões no período, segundo dados compilados pela LSEG.
Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) normalizado totalizou R$ 3,24 bilhões no terceiro trimestre, 7,5% acima de um ano antes e em linha com as projeções do mercado. No período, a margem Ebitda normalizada subiu de 49,7% para 50,4%.
A operadora de telecomunicações encerrou o período com 62,15 milhões de usuários móveis, impulsionada pelo segmento pós-pago, e 793 mil clientes no segmento fixo TIM Ultrafibra, crescimento de ano a ano de, respectivamente, 1,5% e 0,3%.
Além disso, a TIM manteve as projeções para 2024 a 2026. A empresa prevê um crescimento da receita de serviços entre 5% e 7%, expansão do Ebitda de 7% a 9% e um capex (investimento em capital) de R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões.
“Considerando a robustez dos resultados dos nove primeiros meses de 2024, a TIM avalia que está no caminho certo para o atingimento da totalidade das projeções divulgadas”, diz a companhia.
A TIM ainda informou que irá remunerar seus acionistas em cerca de R$ 3,5 bilhões, com referência ao ano de 2024 — sendo R$ 800 milhões em juros sobre capital próprio (JSCP) e cerca de R$ 2,7 bilhões (JSCP e Dividendos) a serem aprovados nos próximos meses.
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Tim (TIMS3): sem sustos no 3T24
Os resultados da TIM não trouxeram surpresas, na avaliação do mercado — que esperava uma reação neutra para as ações.
“Nenhuma notícia é uma boa notícia. Os resultados vieram em linha com o esperado e acompanhados do anúncio de R$ 3,5 bilhões em dividendos”, diz o relatório do Santander.
Para a XP Investimentos, a companhia continua gerando fluxo de caixa significativo, permitindo um sinal de dividendos acima do valor projetado.
Já para o Bradesco BBI e a Ágora Investimentos, a qualidade dos números foi pior do que o esperado.
Porém, “os resultados, provavelmente, não devem mudar nossa visão de que a receita da TIM deve superar a inflação, o investimento deve permanecer nominalmente estável e a geração de caixa deve expandir em dois dígitos baixos (de fato, a TIM reafirmou sua orientação para 2024 a 2026 que aponta para isso)”, escrevem os analistas Daniel Federle, do Bradesco BBI, e Flávia Meireles, da Ágora.
Os analistas ainda afirmam que as tendências de receitas implicam em um risco de queda para as estimativas do banco, já que os números estão próximos do topo da faixa de orientação de crescimento de receita de até 6% no período de 2024 a 2026.
Eles destacam a desaceleração da receita móvel de 6,5% no segundo trimestre para 4,2% no terceiro trimestre, na base anual.
Os analistas do BTG Pactual, por sua vez, avalia que não ficariam surpresos se o capex acabasse ficasse mais próximo do limite inferior, de R$ 4,4 bilhões, “o que implicaria em uma taxa de capex/vendas de 17,6%”, afirmam Carlos Sequeira e Osni Carfi.
Hora de comprar TIMS3?
Nas contas dos analistas do BTG Pactual, as ações da TIM estão sendo negociadas a um múltiplo de preço/lucro (P/L) de 11,5x no final de 2024 — com um desconto em relação ao múltiplo de Telefônica Vivo (VIVT3), negociada a 14x P/L.
Os rendimentos (yields) de dividendos está em 10%, também acima das empresas de telecomunicações nos Estados Unidos (com yield de 5%) e da Vivo (com yield de 8,5%).
“O aumento consistente dos dividendos a cada ano fornece excelente suporte para as ações e achamos que TIM é um ótimo investimento para quem busca defesa”, escrevem Carlos Sequeira e Osni Carfi em relatório.
Para o Safra, os papéis da companhia seguem ‘atrativos’, principalmente devido ao valuation.
Confira a recomendação para TIMS3 que o Money Times teve acesso:
Banco / Corretora | Recomendação |
BTG Pactual | Compra |
Goldman Sachs | Neutra |
Safra | Compra |
Santander | Compra |
XP Investimentos | Compra |