Destaques da Bolsa

Tim (TIMS3) sobe 8%, enquanto Braskem (BRKM5) cai quase 9% — veja o que foi destaque do Ibovespa na semana

03 ago 2024, 12:49 - atualizado em 03 ago 2024, 14:01
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A semana divida entre o fim de julho e início de agosto foi marcada por decisões de política monetária no Brasil e no exterior.

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros a 10,50% ao ano. A ausência de sinalizações de novas altas da Selic, em um cenário de expectativas de inflação desancoradas e pressão sobre o câmbio, dividiram o mercado.

A temporada de balanços também disputou a atenção dos investidores com o detalhamento da contenção dos gastos públicos na ordem de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano.

Entre os dados econômicos, a produção teve alta de 4,1% em junho na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi bem acima das expectativas, sendo o maior crescimento desde julho de 2020.

Por fim, o Ibovespa (IBOV) acumulou queda de 1,29% na semana e fechou o último pregão aos 125.854,09 pontos.

Já o dólar comercial (USBRL), negociado no mercado à vista, terminou a última sessão com alta a R$ 57092 e avançou 0,91% nos últimos cinco pregões.

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Exterior

No exterior, o destaque também foi a decisão monetária. Como o esperado, o Federal Reserve (Fed) manteve os juros inalterados, na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano — e as expectativas do mercado foram (quase) confirmadas sobre o afrouxamento monetário.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que um corte na taxa de juros pode ocorrer já na próxima reunião do BC norte-americano, em setembro.

Mas novos dados da economia norte-americana voltaram a preocupar os mercados. Na última sexta-feira (2), cautela dominou Wall Street após o relatório de empregos, o payroll, vir mais fraco que o esperado para julho e sinalizar que a maior economia do mundo pode estar à beira de uma recessão.

Após os dados, os investidores esperam que cortes mais agressivos na taxa básica de juros, o Fed Funds.

A expectativa é de que o Federal Reserve inicie o afrouxamento monetário em setembro com um corte de 50 pontos-base, levando a taxa ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.

Além disso, o  Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) elevou a taxa básica de juros em 15 pontos-base, da faixa de 0% a 0,1% para o intervalo de 0,15% a 0,25% — ao maior nível em 16 anos.

O movimento aconteceu quatro meses depois de a autoridade monetária da quarta maior economia do mundo pôr fim ao ciclo de juros negativos — sendo a primeira alta desde 2007.

A escalada das tensões no Oriente Médio também movimentou os mercados — com reflexo na queda de mais de 4% do petróleo Brent na semana.

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Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 29 de julho e 2 de agosto:

Maiores altas 

Na ponta positiva do Ibovespa, Tim (TIMS3) liderou os ganhos da semana em reação ao balanço do segundo trimestre. A operadora de telefonia  registrou lucro líquido normalizado de R$ 781 milhões no segundo trimestre deste ano, um avanço de 22,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) normalizado da companhia somouR$ 3,15 bilhões, 8,2% acima do registrado no trimestre de abril a junho de 2023, com margem Ebitda normalizada de 50%, contra 49,7% um ano antes.

Na avaliação do BTG Pactual, a companhia reportou bons números e é uma empresa excelente para os investidores que buscam um “porto seguro”.

Weg (WEGE3) também foi destaque. A fabricante de motores elétricos registrou lucro líquido de R$ 1,44 bilhão no segundo trimestre, uma alta de 5,4% em relação ao mesmo período em 2023.

Para o Itaú BBA, o destaque foi a rentabilidade, com o aumento de quase 1% na margem Ebtida. Em relação à receita líquida, os analistas apontam que atendeu às expectativas, apresentando crescimento mais lento, mas beneficiando-se da desvalorização do real e da consolidação da Regal Rexnord.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME ULT VARSEM
TIMS3 Tim ON R$ 17,68 8,60%
WEGE3 Weg ON R$ 49,82 6,18%
RADL3 Raia Drogasil ON R$ 28,40 5,19%
VIVA3 Vivara ON R$ 24,36 5,18%
CRFB3 Carrefour Brasil ON R$ 9,57 4,36%
RRRP3 3R Petroleum ON R$ 26,64 3,74%
RAIL3 Rumo ON R$ 23,41 3,68%
ASAI3 Assaí ON R$ 10,20 3,66%
VIVT3 Telefônica Brasil ON R$ 50,08 3,56%
LREN3 Lojas Renner ON R$ 13,76 3,23%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa, Braskem (BRKM5) liderou as perdas da semana com dados de produção e vendas do segundo trimestre, que vieram abaixo do esperado pelo mercado.

Além disso, a petroquímica foi condenada por um Tribunal da Holanda a indenizar nove vítimas do afundamento provocado pela extração de sal-gema em Maceió, em Alagoas.

Na decisão, a justiça holandesa não fixou um valor a ser pago, mas determinou que as partes entrem em acordo sobre o quanto deve ser indenizado. A Braskem ainda pode recorrer da decisão.

Usiminas (USIM5) continuou pressionada pelo balanço do segundo trimestre divulgado na sexta-feira (26). Durante a semana, o Bank of America (BofA) rebaixou a recomendação da ação de neutra para underperfom  equivalente a venda), e reduziu o preço-alvo de R$ 9 para R$ 6.

Os investidores também repercutiram a determinação da Justiça para que a CSN (CSNA3) reduza sua participação na siderúrgica de 12,9% para menos de 5% do capital social.

Confira as maiores quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME ULT VARSEM
BRKM5 Braskem PN R$ 16,56 -8,91%
PCAR3 GPA ON R$ 2,67 -6,64%
USIM5 Usiminas PNA R$ 5,94 -6,16%
CSNA3 CSN ON R$ 11,35 -5,65%
RECV3 PetroReconcavo ON R$ 19,87 -5,56%
EMBR3 Embraer ON R$ 39,25 -5,47%
PETR3 Petrobras ON R$ 38,64 -5,41%
GGBR4 Gerdau PN R$ 17,33 -5,40%
SMTO3 São Martinho R$ 28,45 -5,26%
CSAN3 Cosan ON R$ 13,00 -5,11%