TIM: Riscos são pequenos com Labriola no comando da Telecom Italia, diz Goldman; ação reage pouco
A Telecom Italia anunciou no fim da última semana que Luigi Gubitosi se demitiu do cargo de CEO da companhia após desentendimentos com a maior acionista da empresa, a Vivendi, envolvendo as negociações com o fundo KKR, que apresentou uma oferta de 10,8 bilhões de euros para comprar a empresa. Pietro Labriola, atual CEO da TIM Brasil (TIMS3), assumiu a posição de diretor-geral da Telecom Italia.
As ações da TIM são negociadas nesta segunda-feira (29) sem grande reação. A operadora de telecomunicações abriu o pregão em alta. Na máxima do dia até o momento, o papel atingiu valorização de 1,3%, mas desacelerou a tendência positiva. Por volta das 11h20, operava em alta de 1,23%, a R$ 14,04.
O Ibovespa subia forte após a queda expressiva de sexta. Também perto das 11h20, o índice mostrava ganhos de 1,86%, a 104.128,97 pontos.
Por outro lado, as ações da Telecom Italia na Bolsa de Milão registravam desvalorização de 2,52%, a 0,47 euro. Já o índice Ftse/Mib tinha ganhos de 1,7%, a 26.291,34 pontos.
Risco pequeno
Na avaliação do Goldman Sachs, a nomeação de Labriola reforça a confiança da Telecom Italia na farta experiência do executivo, que já assumiu cargos na controladora.
Ainda de acordo com o banco, a mudança nas diretorias das duas empresas não deve trazer mudanças materiais no plano estratégico da Telecom Italia. Analistas veem poucos riscos de governança associados ao acúmulo de funções de Labriola (além do cargo de diretor-geral da Telecom Italia, ele continuará como CEO e conselheiro da TIM).
“Ele [Labriola] não participará de processos de decisão que podem representar um conflito de interesse entre a companhia e seu acionista controlador”, comentaram Diego Aragão, Vitor Tomita e João Dutra, em relatório divulgado nesta segunda.
O Goldman manteve indicação de compra para a ação da TIM, diante das perspectivas de maior crescimento para as operadoras de telecomunicações latino-americanas. O preço-alvo para 12 meses é de R$ 21, implicando em potencial de valorização de 51,4% sobre o fechamento do pregão anterior.
Agora vai?
Antes de formalizar sua renúncia, Gubitosi disse que estava pronto para se afastar do cargo se isso ajudasse no andamento do processo de aquisição da Telecom Italia pela KKR. No dia da apresentação da proposta, a Vivendi tinha dito que a oferta não avaliava adequadamente a companhia.
A saída de Gubitosi no comando da Telecom Italia pode acelerar as negociações, uma vez que a Vivendi vinha pressionando por uma mudança no comando da Telecom Italia.
Na sexta, pessoas com conhecimento do assunto afirmaram à Bloomberg que a KKR e a CVC Capital Partners estudam uma oferta conjunta pela companhia italiana. De acordo com as fontes, as duas empresas de investimento teriam conversado sobre uma potencial parceria.