TIM é a melhor ação para aproveitar a reestruturação da Oi, diz Safra
A TIM Participações (TIMP3) é o melhor nome para investir no setor de telecomunicações, defendeu o Safra. O banco atualizou o modelo de investimento da empresa, incorporando seus últimos resultados e a perspectiva de consolidação no mercado móvel.
Luis F. Azevedo e Silvio Dória, autores do relatório divulgado na última sexta-feira (2), reforçaram a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) com o preço-alvo ao fim de 2021 de R$ 19. Os analistas estão confiantes com a vitória do consórcio formado pela companhia e outras duas empresas do setor, a Vivo (VIVT4) e a Claro, na compra da Oi (OIBR3) Móvel.
“Esperamos que o consórcio seja o comprador dos ativos móveis da Oi, sem mudança na oferta de R$ 16,5 bilhões”, comentaram.
De acordo com o Safra, a consolidação no mercado móvel é o principal gatilho para destravar valor à ação, que tem seguido uma tendência de queda devido à aversão ao risco por parte dos investidores estrangeiros.
“Vemos esse movimento como uma oportunidade de compra”, afirmaram Azevedo e Dória. “Acreditamos que existe espaço para uma recuperação conforme o processo de venda dos ativos móveis da Oi acontece”.
A criação de valor deve vir principalmente do ambiente competitivo mais racional.
Parcerias
Focada em criar oportunidades junto a seus mais de 51 milhões de clientes para destravar valor, a TIM está fechando algumas parcerias com fintechs. Um dos acordos foi com o C6 Bank para lançar uma oferta integrada de serviços financeiros e de telecomunicações, inédita no Brasil.
Na manhã desta terça-feira (6), a operadora de telecomunicações lançou um marketplace IoT (Internet of Things, em inglês) voltado ao mercado corporativo. A plataforma reúne um amplo portfólio de soluções de internet das coisas, criadas para complementar os serviços de conectividade em indústria 4.0, agronegócio, cidades inteligentes e utilidades.
Novas estimativas
O Safra reduziu em 3% e 2% as projeções para as receitas da TIM em 2020 e 2021, respectivamente, por conta dos impactos (maiores do que o esperado) da pandemia de covid-19 nas operações da companhia e na atividade econômica brasileira. Pelas novas estimativas do banco, as receitas líquidas de serviços atingirão R$ 17 bilhões neste ano e R$ 18,2 bilhões no próximo.
“É importante destacar que, apesar de ainda falarmos que o setor de telecomunicações é inelástico, isso não significa que ele é imune à desaceleração da economia”, destacaram Azevedo e Dória. Os analistas disseram que o cenário ainda parece muito incerto, principalmente no que diz respeito aos efeitos da redução do auxílio emergencial do governo para recargas pré-pagas, segmento que corresponde a 27% das receitas da TIM.
A expectativa para o Ebitda (incluindo os efeitos do IFRS 16) é de R$ 8,1 bilhões em 2020 e R$ 8,6 bilhões em 2021.