Tim apresenta terceiro trimestre resiliente, mas ações caem 3,2%; hora de comprar TIMS3?
O desempenho da Tim (TIMS3) no terceiro trimestre animou analistas, muito por conta da resiliência da companhia em um cenário de deterioração econômica. Apesar disso, os papéis da empresa fecharam em queda de 3,2%, enquanto o Ibovespa (IBOV) recuou 2,11%.
Entre julho e setembro, a operadora líder no Brasil lucrou R$ 474 milhões, alta de 21,4% ante o mesmo período de 2020. O Ebitda, que mede o resultado operacional, somou R$ 2,1 bilhões, salto de 4,5%.
O consenso da Refinitiv apontava para um lucro de R$ 455,5 milhões e Ebitda de R$ 2,2 bilhões.
O que dizem os analistas
Segundo o analista da Genial Investimentos, Gabriel Tinem, os números ficaram dentro do esperado, o que é positivo dada a conjuntura nada favorável da economia.
Entre os pontos positivos, Tinem lembra o aumento da base total de clientes móveis para 51,6 milhões, com um crescimento da receita média por usuário (ARPU) do móvel em 4,4%.
“Vale ressaltar que a base de clientes tanto do pré-pago quanto do pós-pago se expandiram, com destaque para os serviços pré, que tiveram adições líquidas positivas (mais pessoas entraram no plano do que saíram), tendo forte correlação com a situação macroeconômica, na qual, em momentos de pressão inflacionária acabam tornando mais propensos a adesão de pessoas a planos mais flexíveis e baratos, como os pré-pagos”, salienta.
Segundo ele, os custos foram pouco superiores aos esperados puxado pelo aumento com o custo com pessoal (principalmente devido à inflação) e de comercialização relacionado à atividade comercial mais intensa frente ao segundo trimestre de 2020.
O Credit Suisse destacou o crescimento da receita de serviço móvel, que aumentou 4,1% no ano. “A TIM teve um bom desempenho no segmento pós-pago com a receita crescendo 5,3%, beneficiando-se dos recentes aumentos de preços”, afirma Daniel Federle, que assina o documento.
Para o Safra, os resultados financeiros melhoraram em relação ao ano passado, principalmente devido à maior receita financeira, reflexo de uma taxa de juros mais alta e maior nível de caixa, além de impacto positivo de R$ 233 milhões da marcação a mercado da participação da TIM na C6 Bank.
“Esses efeitos compensam o aumento financeiro de despesas, explicadas principalmente pela adição de novas dívidas, emitidas para financiar futuras obrigações relacionadas à aquisição da Oi (OIBR3;OIBR4)”, argumentam Luis F. Azevedo e Silvio Doria.
Hora de comprar?
Os analistas mantêm o otimismo com os papéis da Tim e afirmam ainda que a tele está barata em relação aos seus concorrentes, com desconto de 3,8x sobre a Vivo (VIVT3) e 4,5x sobre a America Movil, dona da Claro, segundo cálculos do Safra.
Já o Credit Suisse afirma que embora não sejam excelentes, os resultados estão no caminho para atender às projeções e bons suficientes para suportar o cenário macroeconômico mais difícil.
“A empresa está operando com forte fluxo de caixa operacional livre, sugerindo rendimento de fluxo de caixa livre (FCG) próximo a 10% no ano”, diz.
Veja as recomendações
Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial** |
---|---|---|---|
Safra | Outperform* | R$ 18 | 50% |
Credit Suisse | Outperform | R$ 20 | 68% |
Genial | Compra | R$ 15 | 25% |
*desempenho acima do mercado
**sobre o último fechamento