TIM abre vagas para pessoas trans e contratadas terão graduação gratuita
Programa Transforma TIM, criado pela TIM (TIMS3) para gerar qualificação e inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, é uma parceria da operadora com a consultoria Transcendemos e com a Ampli, que oferecerá graduação à distância gratuita. Oportunidades são para o call center da empresa, em trabalho remoto, e para lojas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
As inscrições podem ser feitas até 31 de janeiro pelo site. Para participar do processo seletivo, é preciso ter completado o Ensino Médio. Há vagas em lojas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Já as posições para o call center são para trabalho remoto.
Na primeira edição, estão disponíveis vagas em lojas e no call center da empresa de telefonia, em um processo seletivo conduzido pela consultoria Transcendemos. O projeto conta ainda com a parceria da Ampli, edtech de ensino digital da Kroton, que vai oferecer bolsas de 100% na graduação para as pessoas contratadas.
O processo seletivo será conduzido pela consultoria especializada Transcendemos, dirigida por Gabriela Augusto, primeira pessoa trans a figurar na lista Under 30 da Forbes Brasil, com jovens de até 30 anos mais promissores do país.
A ação afirmativa de empregabilidade é voltada a uma comunidade que enfrenta grandes desafios para sobreviver. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 90% das pessoas trans no Brasil se mantém por meio da prostituição, pois são alvo de intensa discriminação na hora de buscar um trabalho.
As pessoas que não forem contratadas serão indicadas para oportunidades no parceiro comercial de televendas e também farão parte do banco de talentos LGBTI+ da TIM. Além das vagas ofertadas, o Transforma TIM quer potencializar a carreira das pessoas trans promovendo mais acesso à educação.
Por isso, a operadora se juntou à Ampli – que já é sua parceira comercial – para oferecer graduação gratuita à distância para as pessoas aprovadas. O benefício é um diferencial do projeto: apenas 0,02% das pessoas trans têm acesso a uma universidade no Brasil, de acordo com dados da ANTRA. Uma parcela relevante abandona os estudos por volta dos 13 anos.
As informações coletadas pela Associação estão no Dossiê dos Assassinatos e da Violência contra Travestis e Transexuais Brasileiras, que revela que uma pessoa trans é assassinada no país a cada 48 horas, colocando o Brasil na liderança de países que mais matam essa população.
A violência faz com que a expectativa de vida de pessoas trans no Brasil seja de apenas 35 anos, menos da metade da estimada para a população em geral segundo o IBGE. Outra pesquisa da ANTRA, a TransAção, mostra que 94,8% das pessoas trans já sofreram algum tipo de violência provocada pela discriminação de gênero e 87,3% destacam que sua principal necessidade é o direito a emprego e renda.