Thyssenkrupp enfrenta pressão de perdas crescentes em unidade siderúrgica
A Thyssenkrupp disse nesta quinta-feira que sua unidade de produção de aço prevê prejuízo operacional de 1 bilhão de euros este ano, aumentando a pressão para o grupo reformular ou vender a divisão.
As ações da Thyssenkrupp, que este ano vendeu a principal geradora de caixa do grupo, a unidade de elevadores, para um consórcio de empresas de investimento por 17,2 bilhões de euros, caíam mais de 15% com a publicação da previsão, com analistas avaliando como fracas as perspectivas da empresa.
O prejuízo esperado pela Thyssenkrupp Steel Europe, maior empresa da área no continente depois da ArcelorMittal, foi divulgado em um momento em que o setor é impactado por importações chinesas, preço alto de matérias-primas e fraca demanda automotiva.
O grupo traçou planos que podem resultar na venda da divisão, na sua manutenção ou em uma fusão com rival. A indiana Tata Steel, a sueca SSAB e alemã Salzgitter são consideradas parceiras potenciais.
O vice-presidente financeiro, Klaus Keysberg, afirmou que não se sente atraído pelos esforços de consolidação, reiterando apenas que todas as opções estão abertas.
“Nenhuma siderúrgica está tendo lucro no momento. Mas em termos de desempenho, certamente estamos atrás da concorrência”, disse ele a jornalistas, acrescentando que a empresa mantém negociações sobre cortes adicionais de empregos.
A unidade de siderurgia, que emprega cerca de 28 mil funcionários, tem custos anuais com pessoal de 2 bilhões de euros.
A Thyssenkrupp disse que seu prejuízo operacional ajustado do terceiro trimestre fiscal, que exclui as operações da unidade de elevadores, chegou a 679 milhões de euros, após sinalizar em maio que poderia chegar a 1 bilhão.
“Trabalhamos muito para mantermos nossos custos sob controle e garantir a liquidez”, disse a presidente-executiva, Martina Merz. “Como resultado, superamos a crise um pouco melhor do que inicialmente temíamos no terceiro trimestre como um todo.”
A empresa disse que a maioria dos negócios está passando por estabilização ou até melhorando no trimestre atual, que se encerra em setembro, em comparação com os três meses anteriores, sugerindo que o pior da crise do coronavírus ficou para trás.