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Thiago Veras: na horizontal é mais gostoso?

11 dez 2019, 12:18 - atualizado em 11 dez 2019, 12:18
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“Em um contexto cada vez mais rápido e complexo, o gestor precisa ressignificar seu espaço de atuação e as diferentes possíveis contribuições”, afirmou Veras (Imagem: Medium Thiago Veras)

Por Thiago Veras, da Acta Holding

Um gestor da área de segurança da informação me procurou para falarmos sobre um projeto, no qual eu precisaria me envolver como o representante de Gente e Gestão. Ao entender um pouco mais o escopo, percebi que, na real, era a Kelly (do meu time) quem precisava estar nessa reunião. Aliás, só faria sentido se ela estivesse presente e tocasse o projeto.

E, no mesmo dia, escutei de um gestor que era necessário ampliar a equipe, a fim de gerarmos possibilidades de crescimento para as pessoas.

Muito se fala hoje em equipes mais horizontais, times em disposições mais colaborativas, com menos hierarquia. Não só concordo, como sempre busquei inspiração em modelos de gestão como a holocracia. O problema é que há ainda muito trabalho a ser feito em termos de evolução do modelo mental de gestores e equipes em relação aos tipos de gestão menos verticais.

Em ambas situações, havia um pressuposto de que o gestor é o elemento central de desenvolvimento. No primeiro caso, eu simplesmente poderia aceitar o convite e centralizar mais uma vez o projeto em minhas mãos, em vez de abrir espaço e delegar integralmente a responsabilidade pelo projeto para a Kelly.

E, no segundo exemplo, há a crença de que é apenas por meio da ocupação de uma cadeira de gestão que poderia haver o desenvolvimento de uma colaboradora.

Em nenhum dos casos há pressuposto de certo ou errado, apenas a constatação de que o movimento foi orientado por um modelo organizacional hierárquico. E, caso eu não esteja atento aos padrões de vieses, perco a oportunidade de gerar um super espaço de desenvolvimento para a minha própria equipe.

Em um contexto cada vez mais rápido e complexo, o gestor precisa ressignificar seu espaço de atuação e as diferentes possíveis contribuições, a depender de contexto e respectivas circunstâncias.

Em determinada situação, o líder pode ser um mero participante ou ouvinte, sendo liderado por alguém da própria equipe. Em outros casos, sua maior contribuição será como mentor mesmo, compartilhando experiências prévias.

Defendo que ser líder é saber flexibilizar e atuar como verdadeiro facilitador das dinâmicas organizacionais, assumindo papéis e responsabilidades diversas, a depender do momento e das necessidades dos diferentes contextos.

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