The Money Office: Uso atual do termo “estagflação” está errado, diz Olivier Blanchard

Um registro: o economista Olivier Blanchard, que para mim tem o melhor livro de Macroeconomia para iniciantes, “sente” que o uso atual do termo “estagflação” está errado.

O seu comentário feito no Twitter hoje ganha um peso ainda mais forte hoje, já que um indicador de inflação nos EUA mostrou que alta dos preços por lá é generalizada.

O índice de preço do consumidor (CPI) de setembro cresceu 0,4% em relação ao mês anterior. O resultado veio acima do consenso de mercado, que projetava alta de 0,3%.

Segundo a LCA Consultores, analisando as variações, os núcleos de médias aparadas e médias aumentaram 3,3% e 2,78%, respectivamente.

“Percebe-se, portanto, como as variações anuais de médias aparadas e medianas estão acima da média histórica nos últimos dez anos e apontam para um fortalecimento das pressões inflacionárias”, destaca a consultoria brasileira em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (14).

Mas, para Blanchard, esta alta tem mais a ver com um forte crescimento global, que gerou problemas passageiros na cadeia de produção:

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“Não estamos vendo nada parecido com estagnação. O que estamos vendo, em vez disso, é um crescimento muito forte, alimentado pela demanda privada e pública, atingindo as restrições de oferta e levando a alguns aumentos de preços acentuados. Nada a ver com estagflação”.

Ontem escrevi um pouco mais sobre este assunto: The Money Office: O “elefante na sala” do mundo é a estagflação e você precisa saber disso

Gustavo Kahil é fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.