The Money Office: O mundo quer ser mais “caipira”, avalia UBS
O mundo vive uma espécie de “caipirização” imobiliária durante esta pandemia global do covid-19 que fez explodir os preços em áreas não-urbanas ao redor do planeta, avalia um relatório mensal de outubro do banco suíço UBS que mede os preços das casas em regiões desejadas em todo o mundo.
“Pela primeira vez, desde a década de 1990, os preços da habitação em áreas não-urbanas aumentaram mais rapidamente do que nas cidades. A relação custo-benefício da vida urbana mudou drasticamente para pior, à medida que as opções de entretenimento e compras foram reduzidas e os escritórios no centro da cidade foram amplamente abandonados”, diz o documento.
Embora alguns efeitos possam ser transitórios, aponta a a avaliação, essa reversão enfraquece a tese de uma apreciação “quase garantida” dos preços das casas nos centros das cidades. O impacto desse desenvolvimento provavelmente será ainda maior em lugares com populações estagnadas ou em declínio (como na maior parte da Europa), pois a oferta terá mais facilidade para acompanhar a demanda.
Claudio Saputelli, chefe de imóveis global do UBS, e Matthias Holzhey, que comanda a área na Suíça, notaram ainda que os aluguéis nas cidades analisadas diminuíram, em média, algo que raramente acontecia no passado. Em segundo lugar, a possibilidade de compra de habitação nas cidades já estava fortemente prejudicada pelos altos preços, mesmo antes da chegada da pandemia.
Mas as pessoas (e os bancos) há décadas já resolveram questões como esta. Quando o preço das casas está subindo, o que acontece? Se empresta mais e as pessoas ficam ainda mais endividadas. É aquele sopro inicial em uma bolha, que já é vista como de alto risco em nove das regiões analisadas pelo UBS. Confira o mapa abaixo:
Índice Global do UBS sobre o risco de uma Bolha Imobiliária
Veja o relatório completo aqui.
