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The Economist pede que chefe do FMI renuncie após escândalo de dados do Banco Mundial

23 set 2021, 15:59 - atualizado em 23 set 2021, 16:02
FMI
“Quem lidera o FMI deve mostrar neutralidade enquanto dois de seus maiores acionistas, Estados Unidos e China, se confrontam numa nova era de rivalidade geopolítica”, disse a The Economist (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas/Arquivo)

A revista The Economist pediu nesta quinta-feira que a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, renuncie ao cargo depois que um escândalo de manipulação de dados relacionado à China enquanto ela estava no Banco Mundial veio a público, dizendo que isso minou a credibilidade do FMI.

A influente revista, com sede em Londres, disse em um editorial contundente que as conclusões de uma investigação externa –de que Georgieva pressionou sua equipe por mudanças nas classificações do ranking “Doing Business”, do Banco Mundial, em 2017, de forma a favorecer a China– comprometem a capacidade do FMI de agir como guardião de dados para as estatísticas macroeconômicas do mundo.

“Quem lidera o FMI deve mostrar neutralidade enquanto dois de seus maiores acionistas, Estados Unidos e China, se confrontam numa nova era de rivalidade geopolítica”, disse a The Economist, acrescentando que os críticos do multilateralismo já estão citando as descobertas como evidência de que os organismos internacionais não têm capacidade de enfrentar a China.

“A próxima vez que o FMI tentar arbitrar uma disputa cambial, ou ajudar a reescalonar a dívida de um país que tomou emprestado da China, os críticos do fundo certamente citarão esta investigação para minar a credibilidade da instituição. É por isso que Georgieva, uma estimada servidora de várias instituições internacionais, deve renunciar”, disse o editorial.