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Teto de gastos: Um de seus criadores explica aos terraplanistas econômicos sua importância

23 mar 2023, 14:38 - atualizado em 29 mar 2023, 18:42
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“Teto de Gastos serviu de bode expiatório para diversos grupos políticos e sua completa destruição virou até promessa de campanha”, lembra Josué Guedes (Imagem: Pixabay/ 1820796)

*Por Josué Guedes

Ao longo dos quase 7 anos em que o Teto de Gastos esteve em vigor, não faltaram questionamentos sobre sua real função e origem. De terraplanismos econômicos a “plano neoliberal” de desindustrialização do Brasil, o Teto serviu de bode expiatório para diversos grupos políticos e sua completa destruição virou até promessa de campanha nas duas últimas eleições.

Como um dos formuladores da lei e defensor da boa política pública, Marcos Mendes, economista e pesquisador do Insper, veio ao Market Makers no episódio #36 e demonstrou por meio da história econômica brasileira que o Teto nada mais foi do que um remédio para um problema crônico da nossa sociedade.

“Olhando a história fiscal do Brasil, desde os anos 80, vemos que nós somos uma sociedade, por características históricas, institucionais, que exerce uma pressão social muito grande pela expansão do gasto público. Dos anos 90 até a edição do Teto, o gasto cresceu em torno de 6% ao ano acima da inflação no Brasil. Quando uma sociedade pressiona por aumento de gastos e tem um sistema político que sanciona esse aumento de gastos, você precisa pagar isso de alguma forma”, explicou Mendes.

Afinal, Friedman sempre teve razão: não existe almoço grátis. No Brasil, a primeira forma que o Estado encontrou para pagar esse “almoço” foi através da inflação.

“O governo gastava, o Banco do Brasil pagava e o Banco Central ressarcia o Banco do Brasil. Era emissão monetária na veia”, resumiu o pesquisador do Insper. Isso gerou inflação e depois caminhou para a hiperinflação.

Após muito desgaste político e social, finalmente veio o Plano Real e a estabilização da inflação. O Brasil passou a ser um país normal, neste quesito. Mas, apesar de ter perdido essa fonte (perversa) de financiamento, o gasto continuava crescendo e ainda precisava ser pago.

“Então, passamos a…”

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*Josué Guedes é cofundador do Market Makers.