Teto da meta não é suficiente? Brasil tem sétima maior inflação do G20, mesmo com queda
A inflação brasileira ficou dentro do teto da meta pela primeira vez desde que o Banco Central se tornou autônomo, lá em 2021. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2023 com alta acumulada de 4,62%, ficando abaixo do teto de 4,75%.
Embora seja o patamar mais baixo desde 2020, o Brasil precisa se esforçar mais se quiser reduzir o preço dos produtos. Segundo um levantamento realizado pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, e publicado pelo Poder 360, o Brasil tem a sétima maior inflação.
Até o ano passado, o Brasil estava na 14ª posição. Ou seja, registrava a nona inflação mais paixa do grupo de cooperação econômica. Argentina, Turquia e Rússia seguem no topo do ranking, nesta ordem. O vizinho brasileiro saltou de uma inflação anual de 94,8% para 211,4%.
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Confira a inflação dos países do G20 em 2023
IPCA: O que pesou?
O que pressionou a alta na última leitura de 2023 foi a inflação de alimentos — a alimentação no domicílio, por exemplo, saltou 1,34%. Segundo Andre Fernandes, chefe de renda variável da A7 Capital, trata-se de um reflexo dos problemas climáticos, que impactaram a produção e encareceram os produtos.
Os alimentos in natura encerraram o ano em 4,72%. Já o grupo alimentação no domicílio apresentou deflação de 0,52%, influenciado pelas carnes bovinas que fecharam 2023 com deflação de 9,4%.
Outro destaque altista do mês veio de artigos de residência e aparelhos eletrônicos, que devolveram os descontos da Black Friday mais rápido que o esperado.
A estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, afirma que esse grupo é parte importante da inflação de bens, que encerrou o ano em 1,1% — ante 9,5% em 2022. “Neste sentido, preços livres mostraram importante desinflação em relação a 2022, de 9,4% para 3,7%”, diz.
Já do lado positivo em dezembro, ficaram os segmentos de transportes e hospedagem, que viram uma desaceleração.