Economia

Tesouro reduz emissões por volatilidade, mas colchão de liquidez segue confortável, diz Renascença

19 ago 2021, 16:34 - atualizado em 19 ago 2021, 16:34
Moedas, real
Num cenário em que o Tesouro pretendesse manter o colchão de liquidez na máxima histórica de junho (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

O Tesouro Nacional tem reduzido nas últimas semanas os volumes de títulos públicos emitidos via leilões ordinários, numa resposta ao aumento da volatilidade nas taxas de juros, e se necessário pode manter suas próximas vendas abaixo da média, uma vez que finalizou o primeiro semestre com colchão de liquidez reforçado, avaliou Sérgio Goldenstein, chefe da área de estratégia da Renascença.

Em agosto até dia 19, a média semanal de emissões pelo Tesouro foi de 16,9 bilhões de reais, abaixo do volume de 26,2 bilhões de reais de julho e de 32,5 bilhões de reais em maio.

A média semanal do ano está em 33,9 bilhões reais.

Com emissões líquidas, a desvinculação de 140 bilhões de recursos de fundos públicos e a devolução de 38 bilhões de reais do BNDES em março, o colchão de liquidez do Tesouro saltou para 1,167 trilhão de reais em junho (dado mais recente), de 881 bilhões de reais no fim de 2020.

Goldenstein pontuou que, nesse contexto, surge dúvida sobre que volume médio de emissão o Tesouro deveria manter para assegurar um volume confortável de caixa para 2022 ano de uma série de eventos de risco, como o início da retirada dos estímulos monetários nos EUA e, principalmente, incertezas políticas e fiscais com as eleições presidenciais no Brasil.

Segundo o estrategista, vencem até o fim de 2021 517 bilhões de reais em títulos públicos, número que sobe a 1,119 trilhão de reais em 2022.

Tomando como premissas uma meta de 1 trilhão de reais em colchão (suficiente para cobrir integralmente os vencimentos dos nove primeiros meses de 2022) e variação futura dessa reserva dependente apenas de emissões/resgates e do déficit primário do governo central, Goldenstein calculou que o volume médio semanal necessário de emissões seria de 24,2 bilhões de reais um total de 410,9 bilhões de reais em 17 semanas até o fim de 2021.

Portanto, o número ficaria abaixo da média das emissões até agora, de 33,9 bilhões de reais por semana.

Num cenário em que o Tesouro pretendesse manter o colchão de liquidez na máxima histórica de junho, o montante de emissão subiria para 34,0 bilhões de reais por semana.

“A maior demanda por LFT pode favorecer a intenção do Tesouro em manter o colchão de liquidez em patamar confortável”, disse Goldenstein em relatório.

Segundo ele, o ciclo de aumento da Selic e a dinâmica negativa recente do mercado de juros afetam as condições de demanda e têm levado a uma redução na participação de prefixados e alta relativa na fatia de NTN-B e, sobretudo, LFT.

“A maior oferta de títulos pós-fixados evita uma pressão tomadora ainda mais forte do Tesouro no mercado de juros, num momento de maior volatilidade devido ao aumento das preocupações com a trajetória da inflação e com o quadro político-fiscal”, disse Goldenstein.

“Em resumo, pode-se dizer que o Tesouro aproveitou bem a janela positiva a partir de novembro de 2020 para efetuar emissões líquidas de títulos”, finalizou.

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