Tesouro IPCA+ bate recorde: é hora de investir nos títulos de inflação?
As taxas dos títulos públicos ligados à inflação, mais especificamente Tesouro IPCA+ 2040 e 2055, bateram recordes de rendimento neste início de ano, com o mercado respondendo à tensão pela paralisação dos servidores federais e a aprovação do Orçamento de 2022.
Ambos os títulos chegaram a bater as máximas com retorno reais de 5,71% e 5,74%, além da correção do IPCA, respectivamente, no fechamento da terça-feira (18). As taxas são as maiores já registradas desde o início de negociação dos dois ativos, em fevereiro do ano passado.
Na avaliação da XP Investimentos, a curva de juros brasileira tem sido impactada por questões internas e externas que elevaram o prêmio de risco.
“Isso significa que as expectativas de juros para o futuro se elevaram e isso tem impacto direto sobre os títulos negociados no Tesouro Direto (principalmente os prefixados e IPCA+)”, afirma Camilla Dolle, Head de Research de Renda Fixa da corretora.
Entre os principais motivos listados pela especialista que premiam os títulos IPCA+ estão:
i) o aumento das taxas dos títulos soberanos dos EUA (Treasuries) em resposta à expectativa do mercado de que os juros por lá serão elevados logo; e
ii) as contínuas pressões fiscais no Brasil e sua intensificação após ameaça de paralização de servidores por aumentos salariais — o que deve piorar ainda mais o cenário fiscal.
Ou seja, o grande motivador dessas altas é o risco. Quando os títulos públicos oferecem taxas maiores, seu preço cai, devido à marcação a mercado. Neste caso, o risco fiscal e inflacionário da economia brasileira gera incertezas junto com os pontos apontados pela especialista.
Dosar a compra
A especialista da XP reforça que não é momento de fazer grandes movimentações, já que o Tesouro Direto pode sempre contribuir na diversificação da carteira de investimentos, trazendo complementos de aplicações em renda fixa.
“Em momentos como esse, de grandes incertezas, não é muito indicado comprar ativos de prazos mais longos. Lembrando que uma elevação de taxa resulta em desvalorização no preço dos ativos e vice-versa”, adverte Dolle.
Porém, vale notar que a desvalorização (ou valorização) em decorrência das variações de mercado só serão colocadas em prática em caso de resgate antes do vencimento. Caso contrário, o investidor recebe aquilo que contratou.
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