Tesouro Direto: Santander indica papéis para quem quer calma ou adrenalina
Há uma impressão geral de que a renda fixa e a renda variável seriam tão antagônicas, quanto o Céu e o Inferno retratados em séries como Good Omens, um dos recentes sucessos da Amazon Prime Video. A primeira seria para quem quer sossego, como o anjo Aziraphale, vivido pelo ator Michael Sheen. A adrenalina ficaria para o mercado de ações e só os fortes de coração o encarariam, como o bem-humorado demônio Crowley (David Tennant).
Mas os títulos públicos também podem atrair quem gosta de riscos. É o que indica o Santander em seu último relatório de recomendações do Tesouro Direto.
Segundo o banco, quem é mais conservador deve optar pelo Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035. Sim, é um papel de longo prazo, com vencimento daqui 15 anos. Mas o Santander se justifica, afirmando que “em meio à possibilidade real de juros baixos por mais tempo no Brasil, ainda preferimos exposição ao Tesouro Direto por meio dos títulos indexados à inflação.”
Parece paranoia, após um ano em que a inflação ficou abaixo do centro da meta do Banco Central, mas Renato Chanes, o analista que assina do relatório do Santander, observa que “em um cenário de stress, como observado recentemente, o real provavelmente se depreciará além dos atuais níveis, contribuindo com a deterioração das expectativas futuras para a inflação.”
Entre todos os títulos públicos atrelados à inflação, o IPCA 2035 “oferece a melhor relação risco x retorno atualmente”, segundo o banco.
O Santander indica também opções para os mais ousados. “Para aqueles que busquem maiores retornos, assumindo riscos possivelmente maiores, não nos opomos a estratégias de alongamento dos prazos dos títulos indexados à inflação (vencimentos em 2045 e 2050 disponíveis para a compra no Tesouro Direto).”