Tesouro Direto: como vacinar o seu dinheiro em 2021?
O mundo mudou e as tendências do mercado financeiro brasileiro também. A taxa Selic, que estacionou a 2% desde agosto do ano passado, poderá ir a 2,5% ainda nesta semana.
Já a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), está em aceleração. Os mais de 100 economistas consultados semanalmente pelo Banco Central aumentam há 10 semanas as suas estimativas. O patamar já está em 4,6% ao ano.
Como ganhar com o Tesouro Direto neste cenário? Para os especialistas, a melhor forma de se proteger destas variáveis que corroem o seu dinheiro não é tão difícil.
O que fazer agora?
Para o time de analistas de renda fixa da Ágora Investimentos, o juro deverá manter uma tendência de alta até o final do ano, assim como a inflação.
A sugestão de alocação, ao menos para um horizonte de 30 dias, é de 85% em papéis indexados à inflação com vencimento em 2026.
“Assim o investidor se protege da inflação no médio prazo e ainda obtém um juro real próximo de 3,2%”, explicam Altair Maurílio Pereira, Caio Lombardi e André Sonnervig.
O restante poderá ser aplicado em Tesouro Selic, que segue a variação do juro. Este papel pode ser vendido a qualquer momento sem ter o risco de taxa de juros (duration).
Segundo o estrategista para pessoas físicas do Santander, Ricardo Peretti, uma das principais dúvidas recai sobre uma maior clareza sobre a trajetória dos gastos públicos nacionais.
Peretti entende que o melhor posicionamento está em títulos que se favoreçam de uma eventual redução da inclinação da estrutura a termo das taxas de juros e que, ao mesmo tempo, proteja o investidor do risco crescente da inflação.
“Neste contexto, a sugestão continua sendo de alocação no Tesouro IPCA+, com a duration relativamente mais curta disponível na plataforma do Tesouro Direto, optando pelo vencimento de 2026”, indica.