Tesouro Direto: Atento à queda nos juros, Santander sugere título indexado à inflação
O mês de outubro marcou uma “pausa” na euforia dos ativos brasileiros, avalia Ricardo Peretti, estrategista do Santander. O Ibovespa ficou estável, enquanto dólar e juros futuros subiram. O que não mudou, no entanto, é a expectativa de continuidade da queda na taxa Selic, eventualmente até abaixo dos 7% ao ano.
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Esta é uma das premissas que leva o analista a seguir recomendando em novembro a compra do título público Tesouro IPCA+, com juros semestrais, e vencimento em 15 de agosto de 2026. Esta aplicação proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais, baseada em uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).
“Se os esforços do BC e do governo se traduzirem em um ambiente inflacionário menos instável e políticas públicas mais racionais, julgamos que o prêmio de risco embutido nos títulos nacionais continuará caindo, beneficiando o desempenho dos títulos indexados à inflação”, escreve Peretti em relatório nesta quarta-feira (1).
Apesar do ligeiro aumento nas projeções para o IPCA, em reflexo da alta nas contas de energia, o estrategista do Santander vê um quadro inflacionário “benevolente” até meados de 2019. Com isso, o BC poderia deixar o juro baixo por mais tempo. Atualmente, a Selic se encontra no patamar de 7,50% ao ano.
Olhando mais à frente, Peretti entende que resta pouco tempo para apreciação de medidas fiscais e nota riscos do ambiente internacional. “Enquanto esperamos que a política nacional exerça menos influência sobre os ativos a partir de agora, os desdobramentos vindos dos EUA [como a escolha do novo presidente do Fed e seu efeito sobre a trajetória do juro americano] ainda podem levar a efeitos secundários pontuais sobre os mesmos.”